Dois meses após a condenação dos assassinos da menina Sophia, de apenas 2 anos e 7 meses, a defesa de Christian Campoçano, padrasto da vítima, entrou com um recurso para anular o júri. O documento já foi protocolado, mas os argumentos ainda não foram apresentados.
Enquanto a defesa tenta reverter a condenação, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), recorre em sentido oposto, buscando o aumento da pena dos envolvidos. O pedido é baseado em trechos de depoimentos e em conversas entre os réus registradas por aplicativo de mensagens.
Atualmente, o caso está sob análise do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). O desfecho do caso agora depende da decisão do Tribunal de Justiça sobre os recursos apresentados.
Condenação
A mãe da criança, Stephanie de Jesus, foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado, por se omitir do dever de cuidado e permitir o assassinato da filha.
Já Christian recebeu uma pena de 32 anos, sendo 20 pelo homicídio doloso – quando há intenção de matar – por motivo fútil e meio cruel, além de 12 anos pelo crime de estupro de vulnerável.
Relembre o caso
Sophia de Jesus Ocampos, morreu em 26 de janeiro de 2023, em Campo Grande. Durante a tarde daquele dia, a mãe levou a criança já sem vida à UPA do bairro Coronel Antonino.
Chegando lá, os médicos plantonistas examinaram a criança e constataram que ela estava morta há pelo menos 4 horas, devido a rigidez cadavérica. O laudo de necropsia apontou um traumatismo na coluna cervical como causa da morte. O documento também mostrou que a criança havia sito violentada sexualmente há, no mínimo, 21 dias, devido ao rompimento do hímen.
Sophia já havia sido atendida com frequência em unidades de saúde. O prontuário médico da criança mostra que ela recebeu ao menos 30 atendimentos, entre eles por fratura na tíbia.
A morte de Sophia acendeu a discussão sobre a rede de proteção para crianças e adolescentes, além da reativação do Programa de Proteção às Crianças em Mato Grosso do Sul e a criação do Fórum Permanente pela Vida de Mulheres e Crianças (MCria).