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Julgamento

Defesa de pecuarista contesta MP e vai recorrer de condenação

Advogado destaca que recurso será apresentado dentro do prazo ao Tribunal de Justiça

Após julgamento realizado no Fórum de Três Lagoas, quarta-feira (14),  em que o pecuarista e ex-bicheiro Anário Mariano Filho, Ednaldo Rocha Alves e Lindomar José de Souza foram condenados pelo assassinato de Maurício Rodrigues Oliveira a mais de 71 anos de prisão, em penas somadas, a defesa anuncia que irá recorrer da decisão, contra acusações do Ministério Público.

A alegação é de que o processo foi desenvolvido sobre o depoimento de uma testemunha para acusar o trio.

Segundo Fidelcino Ferreira de Moraes, advogado de Lindomar, o julgamento demorou 13 anos para ocorrer, pois vários fatores contribuíram, um deles foi a quebra do sigilo telefônico de várias pessoas, como os acusados e vítimas, e somente isso demorou mais de dois anos para ser cumprido, assim como carta precatória para outras comarcas.

“O Ministério Público se baseou numa testemunha, que ninguém conhecia, e de uma hora para outra ela apareceu na promotoria, não passou pela Polícia, nem por ninguém, e contou uma história absurda, que nem o delegado assinou o depoimento dela. Não foi ouvida em juízo, nem em plenário, mas infelizmente com base no depoimento desta promotora, que teria colhido a assinatura desta testemunha, acabou os jurados condenando os acusados”, disse.

Fidelcino afirmou que, legalmente, a promotora não poderia servir de testemunha porque ela tinha participado da investigação, inclusive colhendo depoimentos. E apontou contradições, como uma possível ausência da testemunha na promotoria.

O recurso de apelação, segundo o advogado, será apresentado em cinco dias ao Tribunal de Justiça do Estado, com pedido de anulação do júri. 

Fidelcino disse que, apesar da sentença, Anário e Lindomar não estão presos por serem réus primários e terem respondido o processo em liberdade. Enaldo já estava preso por conta de processos anteriores.

OUTRO CRIME

Com relação a um outro crime em que o nome de Anário aparece como acusado, o advogado disse que seu cliente "é vítima". O fato ocorreu dois meses após a morte de Maurício, em 2005, quando uma mulher – Helen Cristina – foi espancada até a morte em um hotel de Três Lagoas.

“Ele é vítima, não tem participação. O autor do crime se chama Alessandre Costa Gnçalves e foi acusado, julgado no ano de 2007 e, naquele julgamento, foi condenado tanto pela morte da Helen quanto pela tentativa de homicídio contra o Anário”, enfatizou.

Anário estava no quarto com Helen quando ela foi morta pelo ex-marido.