Após 21 dias da deflagração da Operação Mau Despacho, com o objetivo de desarticular associação criminosa especializada em esquentar carros de luxo, os quatro despachantes de Paranaíba continuam presos, além deles dois empresários de Rio Verde-GO também permanecem detidos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Igor Mendes, as investigações continuam.
Os documentos, conforme o delegado, eram verdadeiros, a falsificação ocorria nos código de segurança no documento do veículo. “Os dados eram verdadeiros, e eles adulteravam o código de segurança e o órgão emissor do documento, por exemplo, um lote do Paraná, furtado ou extraviado, eles colocaram Detran MG e alterava o código de segurança para bater com o original, eles reconheciam firma em Goiás e vinha para o despachante em Paranaíba. Já saía com o documento legal” esclareceu.
O delegado disse ainda que como o preço de venda dos veículos era aquele praticado do mercado ficaria difícil descobrir a fraude. Segundo o delegado, os despachantes de Paranaíba negam que tenham envolvimento com o crime, pois os documentos, segundo eles, já chegavam prontos.
Mendes explica que mais pessoas foram identificadas como integrantes da quadrilha. Há sete carros apreendidos em Paranaíba, sendo que foram identificados 40 veículos alvos de fraude, porém a Polícia acredita que este número pode ser maior.
Igor ainda relata que a organização era bem estruturada e cada membro tinha papel bem definido. O caso corre em segredo de Justiça.
O caso
Entre os presos estão dois empresários de Rio Verde de Goiás e quatro despachantes de Paranaíba. Os comerciantes, que tem garagens no estado vizinho, eram responsáveis pela locação fraudulenta e os despachantes, pela adulteração e falsificação dos documentos dos veículos.
Os criminosos identificavam os carros de luxo disponíveis nas locadoras de aeroportos das capitais brasileiras, na sequência selecionavam “laranjas” para realizar a locação dos veículos, que eram levados para Goiás. No estado vizinho, com procurações falsas os criminosos emitiam o Certificado de Registro de Veículo (CRV) e reconheciam firmas dos falsos vendedores.
Os carros seguiam para Paranaíba, onde com a ajuda dos despachantes, eram feitas as transferências fraudulentas dos carros de luxo para os nomes dos laranjas . A venda era feita pelos garagistas integrantes do bando, que assim como os demais percebiam lucros com a ação criminosa.
Conforme o delegado, o Departamento Estadual de Trânsito não tem envolvimento nas fraudes, mas as investigações apontam que despachantes, funcionários de cartórios, vendedores de carros e escritórios de advocacia integram a associação criminosa.
O grupo criminoso começou a ser investigado em maio deste ano, através da troca de informações entre a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal, após a Polícia Militar de Goiás apreender um veículo que foi locado de maneira fraudulenta, e revendido para uma terceira pessoa de boa fé.
Conforme o delegado surgindo novas evidências haverá nova fase da operação.