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Dor E Revolta

Emocionado, amigo de engenheiro morto desabafa: 'foi a queima roupa'

Em áudios, profissionais do setor e amigos de Silas Henrique se revoltam com a forma que o paranaibense foi morto por produtor rural que estaria desviando soja na região

Amante de carros antigos, Silas era proprietário de um bem cuidado fusca azul - Reprodução / Rede social / Silas Henrique
Amante de carros antigos, Silas era proprietário de um bem cuidado fusca azul - Reprodução / Rede social / Silas Henrique

Dois áudios compartilhados no aplicativo de mensagens WhatsApp e atribuídos a um suposto amigo e ao patrão do engenheiro agrônomo Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos, morto na tarde da última segunda-feira (18), na zona rural de Porto Gaúchos, a 650 Km de Cuiabá (MT), revelam a preocupação de consultores de vendas, engenheiros e profissionais da área de produção rural da região. A vítima era consultor de vendas da empresa de insumos Agroinsumos, em Sinop, também no Mato Grosso.

Na gravação o homem que aparenta ser um profissional do setor e amigo de Silas, emocionado, se diz "desanimado", relata e lamenta a morte do paranaibense e afirma que o assassino estava desviando soja na região. Ouça:

Na gravação atribuída ao patrão do engenheiro morto, o autor da mensagem, também emocionado, faz um breve relato sobre a vida do paranaibense em MT, afirmando que o engenheiro havia terminado de construir sua casa e gostava da profissão que exercia. Ouça:

Investigação

O delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Carlos Henrique Engelmann, afirmou que o crime foi motivado por um desacordo comercial entre Silas e o suspeito. “Nós temos a prova do homicídio (imagens da câmera de segurança). Essa é a principal materialidade do crime. Agora vamos qualificar o autor que está bastante definido. Ainda não temos conhecimento se ele é conhecido do meio policial. Já conversamos com familiares dele e os advogados já entram em contato. Do outro lado, temos as circunstâncias do crime que foi motivada por um desacordo comercial. Uma determinada dívida que ainda não sabemos o valor, nem quem devia”, contou o delegado ao site de notícias Só Notícias, completando que, para a Polícia, o caso está praticamente resolvido. “Estamos instaurando um inquérito policial, coletando a materialidade, as cápsulas que foram recolhidas, exame pericial da necropsia, do local do crime e vamos ouvir as testemunhas”, afirmou Engelmann. Ainda segundo informações da Polícia Civil local, o assassino deve se entregar nos próximos dias.

Câmeras de segurança do restaurante registraram a execução de Silas, que estava no local em companhia de outro homem. Nas imagens é possível ver o assassino de camisa azul, usando boné e óculos de grau, chegando pelas costas, tocando o ombro da vítima e o executando assim que ele se vira para trás. Silas morreu na hora. O homem que o acompanhava conseguiu fugir no momento dos disparos.

O corpo do engenheiro passou por autópsia no IML de Juína (MT) e foi trasladado para Paranaíba (MS), onde residem seus pais e familiares. Silas será velado na casa de velório Pax Vida, apartir das 17 horas, o sepultamento está programado para quarta-fera (20), em horário a ser definido.

Silas Henrique estudou agronomia na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no município de Cassilândia. Formado há 8 anos, o engenheiro mantinha um relacionamento sério e pretendia se casar oficialmente no final do ano, não tinha filhos e morava há seis anos em Sinop, onde trabalhava em uma empresa de insumos agrícolas como consultor de vendas.

A Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sorriso e a Cearpa (Centro Estadual das Revendas de Produtos Agropecuários), divulgaram notas de repúdio e pesar pelo assassinato do engenheiro.

O caso

O paranaibense Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos, foi morto na tarde de segunda-feira (18) na região rural de Porto Gaúchos, Mato Grosso, a 650 Km da capital Cuiabá. De acordo com a imprensa local o engenheiro agrônomo, que estaria na região para cobrar uma dívida de um produtor rural referente a safra 2018/2019, foi alvejado com quatro tiros na cabeça. Silas era consultor de vendas da empresa Agroinsumos.

Após ser atingido, o engenheiro foi colocado desacordado em uma caminhonete e teria recebido todos os procedimentos de tentativa de salvamento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local, afirmou à imprensa local um médico que participou do procedimento.

Uma testemunha que estaria com  Silas e ajudou na tentativa de salvamento afirmou que o crime teria ocorrido por volta das 13h enquanto estavam em uma lanchonete da região. O assassino teria se aproximado e surpreendido os dois, sacando a arma e efetuando os disparos. Após alvejar a vítima, o homem teria fugido do local.