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Ex-policial é condenado a 32 anos de prisão por matar mulher e corretor

Defesa irá recorrer da sentença por ter achado equivocado alguns critérios para graduar a pena por duplo homicídio

Plenário do Fórum ficou lotado com presença de pessoas que assistiram ao julgamento do caso - Talita Matsushita/JPNEWS
Plenário do Fórum ficou lotado com presença de pessoas que assistiram ao julgamento do caso - Talita Matsushita/JPNEWS

Lúcio Roberto Queiroz Silva, 39 anos, foi condenado a 32 anos e 8 meses de prisão por ter matado a mulher, Regianni Rodrigues de Araújo e o corretor Fernando Henrique Freitas, em duplo homicídio ocorrido em outubro de 2019, na quando era policial militar ambiental e utilizou a arma do serviço para matar os dois. Na sentença, foi determinado ainda o pagamento de valor total de R$ 240 mil em indenização aos familiares, perda do cargo na corporação e do poder familiar sobre o filho.

O julgamento começou às 8h e acabou por volta das 17h20. Durante a sessão, além do réu, foram ouvidos quatro testemunhas.  Lúcio se emocionou ao ouvir depoimento da professora do filho, e disse que dentre as dores que sente, a pior é não ter tido contato com o filho nos últimos três anos.

O réu também afirmou que se arrepende e pediu perdão aos familiares das vítimas , mas não teve a oportunidade de pedir perdão ao filho.

A condenação foi determinada por maioria dos votos do corpo de jurados, formado por quatro mulheres e três homens. Os jurados desqualificaram o feminicídio, que poderia elevar a pena em relação a morte de Regianni em até dois anos.

O advogado de defesa, José Roberto Rodrigues da Rosa, diz que irá recorrer da sentença, por ter achado equivocado alguns critérios para valorar a pena, como consequências do crime, além do fato dos jurados terem desconsiderado o laudo médico. “Eles não deveriam descartar, pois essa circunstância pode acarreta em nulidade do julgamento”, considerou.

A defesa também discorda da decisão de Lúcio ter sido destituído da Polícia Militar, já que ele estaria na condição de semi-imputabilidade por conta da função e, por isso, deveria ser reformado.

Também vai recorrer do valor das multas, já que o réu não teria recursos para o pagamento, bem como da perda do poder familiar. “Ele não deixou de ser pai da criança, isso pode acarretar em consequências nefastas para a própria criança”. Hoje, o menino de 11 anos mora com os avós paternos. O objetivo da defesa será tentar anular o júri ou a redução da pena.