Aconteceu o que ninguém jamais previa. O suspeito preso pela morte da ciclista Marta Gouveia, de 37 anos, é, na verdade, o filho da vítima, um jovem de 18 anos identificado como Matheus Gabriel dos Santos. Ele foi detido em um quartel na cidade de Aquidauana, onde servia o Exército.
A Polícia Civil, através de investigações realizadas pela DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), em conjunto com o SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª Delegacia de Polícia de Nova Andradina, cumpriu mandado de prisão temporária.
Após a prisão, o suspeito foi levado para Nova Andradina e colocado à disposição para prestar depoimento.Em depoimento, o rapaz não teria ficado abalado com a morte da mãe e relatou no dia 25 de janeiro que havia chegado até a porta de delegacia no dia do desaparecimento para registrar a ocorrência do sumiço de Marta, mas que ao chegar na porta acabou desistiu, indo embora para casa por volta das 9h40 de 23 de janeiro, dia do crime.
Seis horas depois, o corpo de Marta acabou sendo encontrado às margens do anel viário de Nova Andradina. Ela estava seminua e tinha sido assassinada com 30 facadas na cabeça e no pescoço. Frio e calculista, o jovem ainda chegou a dizer no depoimento que “senti grande aflição ao saber da morte da minha mãe, mais pelos meus irmãos porque eu já estava com outros planos”.
O plano do rapaz seria servir o Exército, em Aquidauana, onde acabou preso na noite de quinta-feira (03). Ele ainda contou que Marta queria mudar de cidade, já que não estava conseguindo arrumar emprego na sua área, técnica de enfermagem. Segundo o rapaz, a mãe estava trabalhando como cuidadora de um cadeirante.
Ainda segundo o depoimento do suspeito, a mãe pretendia mudar para Maringá e todos iriam com ela. Na semana anterior a sua morte, a vítima teria conversado com várias pessoas, inclusive, em Maringá na tentativa de arrumar uma casa para fazer a mudança. Ele ainda contou que a mãe pretendia ir até o estado paranaense em busca de conseguir uma residência para alugar.
Ele contou que próximo do horário do almoço, quando já estavam todos a procura de Marta, ele chegou a ligar do celular do irmão de 11 anos para a Polícia Militar para falar sobre o sumiço de sua mãe, sendo informado que teria que ligar na Delegacia de Polícia Civil, mas ele não ligou.
Já na delegacia quando soube que o corpo de uma mulher havia sido encontrado às margens da rodovia, naquele momento soube que era sua mãe e que tentou quebrar seu celular por aflição. Posteriormente, o aparelho do jovem acabou apreendido pela polícia. O rapaz ainda disse que a mãe era explosiva com os filhos e que o relacionamento dos dois se tornou mais próximo nos últimos tempos.
Exames para saber se Marta sofreu violência sexual foram solicitados, mas ainda não ficaram prontos. Indícios da autoria
Quando a mãe desapareceu, no dia 23 de janeiro, o jovem chegou a participar das buscas por ela. Após constatada a morte, ele também esteve no passeio ciclístico organizado para homenagear Marta.
O jovem já era suspeito do crime, pelas atitudes durante os depoimentos. No decorrer dos trabalhos da Polícia Civil, por meio do SIG e da Delegacia de DAM foi constatada a autoria.
O celular dele
Para a polícia, o celular do jovem foi um dos pontos cruciais, já que foram identificadas conversas e também a localização durante e após o assassinato da mãe. No domingo, dia do crime (23), por volta das 5h45, Marta mandou mensagem para uma amiga dizendo que iria pedalar e combinando um almoço.
Assim que a amiga acordou, por volta das 7h45, ela respondeu Marta, mas as mensagens não chegaram. Marta estava sem pedalar há aproximadamente duas semanas e apenas o filho e a amiga sabiam que ela voltaria a praticar o esporte naquele dia. O caso
O corpo de Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos, que saiu de casa para pedalar, foi encontrado no domingo (23), em Nova Andradina, com sinais de violência.
Familiares relataram que geralmente ela saía umas 06h para pedalar e que após o percurso, passava na residência de um casal de amigos para tomar café e chegava de volta em casa, no máximo, às 09h, mas desta vez, ela nem passou nos amigos e nem voltou para casa.
Forças policiais foram acionadas, bem como familiares e amigos fizeram buscas em possíveis trajetos por onde ela poderia ter passado, o que resultou na localização do corpo de Marta, que estava na vegetação às margens do anel viário, nas proximidades da ponte sobre o Córrego Umbaracá.
Equipes da Polícia Militar, Polícia Civil e do Núcleo de Perícias foram acionadas para a realização dos devidos procedimentos.
Segundo a Polícia Civil, Marta estava nua e as vestes, que estavam rasgadas, foram encontradas no local. As autoridades também informaram que o corpo da vítima apresentava diversas perfurações na região da cabeça e do pescoço, o que pode ter sido a causa do óbito.
A bicicleta utilizada por ela estava a certa distância do corpo, bem como outros pertences, como chaves e o calçado dela, porém, o telefone celular não foi localizado uma vez que, possivelmente o aparelho teria sido subtraído.
Os devidos levantamentos têm sido realizados pelas autoridades que, representaram pela prisão temporária de um suspeito, sendo que, a solicitação foi deferida pela Justiça e o mandado cumprido nas últimas horas.