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Medo

Homem em carro aborda menina de dez anos e diz ‘Entra aqui’

Ele abordou a criança e disse “Entra aqui”, em seguida, conforme ela, ele deu um sorriso, e isso a deixou mais apavorada

A garota, que fazia o trajeto sozinha para casa, foi perseguida por um homem de cabelos brancos em um carro preto na rua Quatro de Julho - Lucas dos Anjos/JPNEWS
A garota, que fazia o trajeto sozinha para casa, foi perseguida por um homem de cabelos brancos em um carro preto na rua Quatro de Julho - Lucas dos Anjos/JPNEWS

Uma menina de dez anos passou momentos de angústia quando voltava da escola na manhã desta quinta-feira, por volta das 12h. A garota, que fazia o trajeto sozinha para casa, foi perseguida por um homem de cabelos brancos em um carro preto na rua Quatro de Julho, Vila Militar, em Paranaíba. Ela estuda em uma escola da rede municipal.

A menina relatou ao JPNEWS que o carro passou por ela duas vezes na rua Quatro de Julho e na primeira vez ela até conversou com uma pessoa conhecida para tentar intimidar o homem, porém, não relatou o que estava ocorrendo; já na segundo vez ele abordou a criança e disse “Entra aqui”, em seguida, conforme ela, ele deu um sorriso, e isso a deixou mais apavorada. No momento da abordagem não havia ninguém na rua e ela só pensava em correr.

Nesta hora passou de motocicleta Elida Rosana Almeida e uma de suas filhas, ela percebeu que havia algo estranho e chamou a garota. “Vem aqui”. Neste momento a menina só pensou em correr e contar o que houve, pois percebeu que tinha encontrado ajuda. O homem fugiu do local.

“Na hora que eu vi que ela ia me ajudar eu só pensei em correr”, relatou a garota.

“Ela chegou em casa aos prantos e gritando, muita assustada”, disse a mãe da garota, que é empregada doméstica. A menina de dez anos é a filha mais velha e normalmente volta da escola com o irmão mais novo de oito anos, porém, como ela iria para um curso na parte da tarde, ela voltou para casa sozinha. “Eu assustei, na hora chamei a atenção dela, pois não sabia o que estava acontecendo, foi quando a mulher que acompanhou ela até em casa contou o que havia ocorrido”, relatou.

“Agora não sei o que vamos fazer. Eu trabalho como doméstica e não tenho como buscar na escola, estou pensando uma forma de algum familiar acompanhar ela até a escola, pois todos trabalham o dia todo”, disse.

"Ele estava me seguindo, eu vi ele andando atrás de mim por muito tempo", contou. 

Para a mãe, o fato foi um livramento de Deus, pois caso ela tivesse aceitado o convite do homem para entrar no carro poderia ter ocorrido uma tragédia. “Eu sempre falo para eles não aceitarem nada de estranhos e em qualquer situaçãoparecida sair correndo e gritando, ela estava instruída, mas a gente fica com medo agora”, observou.

A mãe disse estar grata pela atitude de Elida em ter tido a sensibilidade de perceber que havia algo errado e ajudar a menina. “Eu pretendo encontrar com ela novamente e sempre agradecer”, disse

Anjo

Elida contou que achou estranho o carro parado ao lado da criança e diminuiu a velocidade da moto para observar pelo retrovisor se realmente se a menina precisava de ajuda, quando percebeu que a menina começou a correr não teve dúvidas em ajudar. “Eu falei vem cá, o que está acontecendo? Ela estava desesperada, chorando e contou o que havia acontecido.  Pedi para ela ficar calma que eu levaria ela até em casa. Quando ele viu que eu chamei ela, ele foi embora, não tive tempo de anotar placa do carro, só de ver que ele é um homem branco, com cabelos brancos, aparentando ser idoso e o carro preto”, descreve.

A empresária descreve que o desespero foi grande ao ver a cena, pois é cuidadosa com as filhas com relação a isso. “Fiquei assustada, a gente sabe que hoje as pessoas pensam em fazer maldade. Foi uma situação muito ruim”, disse.

Ela ainda afirmou que o que chamou a atenção foi o fato do carro estar devagar e ela não estava dando atenção para o homem. “Quando você vê duas pessoas conversando normalmente uma está dando atenção para outra. Ele estava muito próximo dela, mas ela não”, lembrou.

Elida disse que o sentimento é de alívio em poder ter ajudado, e pede para que as pessoas prestem mais atenção a sua volta. “A gente passa tão despercebido que talvez alguma situação está passando do nosso lado e a gente não percebe. Ela mesmo contou que passou por outras pessoas e ninguém falou nada, pois achou a situação normal, mas, de prestar atenção vai ver que não está e consegue ajudar e não ser omisso”, finalizou. (Colaborou Lucas dos Anjos)