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Indígenas ocupam fazenda após enterro em Amambai

Já em Naviraí, comunidade Kurupi alega ter sofrido ataque de fazendeiros e policiais nesta segunda-feira (27)

Comunidade indígena de Amambai durante enterro de Vitor Fernandes - Foto/Frame acervo aldeia
Comunidade indígena de Amambai durante enterro de Vitor Fernandes - Foto/Frame acervo aldeia

Após o enterro de Vitor Fernandes, de 42 anos, morto durante confronto com policiais na fazenda Borda da Mata em Amambai, na última sexta-feira (24), indígenas ocuparam nesta segunda (27 )o território denominado pela comunidade como Guapo'y Mirim. O representante da  Comissão de lideranças da etnia Guarani Kaiowá, Natanael Cáceres, denuncia que indígenas da aldeia Kurupi, no município vizinho, em Naviraí, estariam sendo ameaçados por policiais militares e fazendeiros da região, para desocupar a área.

Estávamos enterrando nosso companheiro e recebemos a informação de que os fazendeiros e a polícia começaram a atirar pra ameaçar a comunidade Kurupi ontem. Dava pra ouvir os ‘tiros’ de longe, mas os indígenas não recuaram. Se continuar desse jeito, vai ter mais um confronto”, afirma.

Ambas as comunidades indígenas estão situadas no sul do estado e próximas à fronteira com o Paraguai. Em contato com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sejusp), foi informado que não houve nenhuma notificação oficial por parte da Policia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), sobre o possível ataque em Naviraí.

De acordo com o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Rigoberto Rocha, por enquanto, a situação em Amambai está normalizada. Sobre o sepultamento de Vitor Fernandes, esposa, familiares e amigos se mostraram indignados com a situação. O enterro foi realizado após uma autorização do Ministério Público Federal (MPF) em acordo com os donos da fazenda para que também fossem permitidos cultos e atividades religiosas no local.