Apontado como um dos chefes de esquema de corrupção na Bolívia, o ex-diretor de recursos humanos da prefeitura de Santa Cruz de La Sierra, Antonio Parada Vaca, foi preso, na manhã desta terça-feira (25) em Corumbá. Ele era procurado pela Interpol e havia fugido para a cidade brasileira em dezembro do ano passado.
A ação criminosa, supostamente chefiada por Parada Vaca, desviou quantidade que equivale a cerca de R$ 3,8 milhões por mês. Ainda não se sabe por quanto tempo houve o desvio.
Antonio Parada fugiu para Corumbá no começo de dezembro de 2021 na tentativa de não ser preso pela polícia do país vizinho. Na Bolívia, a prisão dele foi divulgada pelo ministro de Governo, Eduardo del Castillo, em rede social. Os trâmites para extradição já começaram.
O irmão de Antonio Parada também é acusado de participar do esquema de desvio milionário. Ele também fugiu da Bolívia, mas foi para o Panamá e tentava chegar nos Estados Unidos. Antes que embarcasse, acabou preso no final de dezembro.
Com o desaparecimento de Antonio Parada e Guillermo Parada, autoridades bolivianas acionaram a a Interpol para incluir os nomes dos dois na categoria vermelha de busca.
O que foi apurado com relação aos desvios é que ao menos 800 itens foram pagos, mas nunca chegaram à Prefeitura de Santa Cruz. O dano ao erário supera os 4,8 milhões de bolivianos ao mês, o que equivale a cerca de R$ 3,8 milhões.
Antonio Parada trabalhou na prefeitura do município boliviano por 16 anos e o setor de fiscalização boliviano apura há quanto tempo havia os desvios. O salário do ex-diretor era de 11 mil bolivianos, ou cerca de R$ 8,7 mil por mês.
O setor de investigações, que acompanha o caso, apontou que há 9 pessoas envolvidas. Três estão presas em Palmasola, entre elas a ex-prefeita Angélica Sosa.
A prisão do foragido ocorreu depois que policiais federais em Corumbá atuaram em conjunto com a Adidância da PF na Bolívia, com o escritório central da Interpol em Brasília e com o Centro de Cooperação Internacional, que fica no Rio de Janeiro. Ele vai permanecer detido em Corumbá até que a extradição seja efetivada. Não há prazo legal para isso ocorrer.