Na hora errada no local errado. Assim se resume a morte de Miguel Gonçalves, de 34 anos,na madrugada de quarta-feira, num bar no Jardim Imperial, em Três Lagoas.
De acordo com os relatos do caso, Miguel estava com a esposa e um casal de amigo bebendo no bar localizado na rua do Fotógrafo. Perto da meia noite o casal de amigos começou a se desentender vindo o marido agredir com socos a companheira.
Neste momento um terceiro envolvido, que estava na mesa de sinuca tenta apartar a briga do casal, quando levou um tapa no rosto. Foi quando o desconhecido foi até o carro uma Toytoa Hilux de cor prata, que estava estacionada na frente do bar, pegou um revólver calibre 38 e, de volta ao bar, efetuou quatro disparos.
Um desses tiros acertou em cheio o peito do Miguel que no exato momento teria se levantado para ir pagar a conta, o homem morreu no local. Após o crime, Houve uma troca de acusações entre o dono do bar e um homem de 50 anos proprietário de um Hilux prata.
Assim que notou o que havia feito, o homem de 50 anos empreendeu fuga. Termiou preso logo depois na Avenida Rafael de Haro, pela força tática do 2º Badtalhão de Polícia Militar. Dentro da Hilux foi encontrado o revólver com quatro capsulas deflagradas. O delegado informou que a reconstituição do caso deve acontecer na próxima semana e que as investigações continuam para identificar o casal que teria iniciado a briga.
“A morte do pai”
Na manhã de quarta-feira nossa equipe de reportagem voltou ao local, encontrou três crianças de 13, 12 8 anos. No bar sinais de que o piso já havia sido lavado.
Numa manhã com ventos fortes e poeira densa do bairro castigado por falta de asfalto, a rua do Fotógrafo retratava a pobreza e a violência com que os moradores do Jardim Imperial têm que conviver. Na esquina prõxima quatro garotos se aproximaram. Três eram irmãos e outro apenas um amigo,. O mais velho, de 13 anos, relatou que eram fihos do homem que havia morrido na noite anterior.
Emendando a fala o menino disse que Miguel Gonçalves, de 34 anos era natural de Corumbá, para onde o corpo seria encamianhado.
Logo depois, o mais novo contou como foi o crime: “O homem da camionete daqui mesmo fez os disparo, (com a boca imitando os disparos… pow… pow… pow…pow). Quando acertou meu pai, ele já caiu morto nos pés da minha irmã mais velha”, lembrou um dos filhos de Miguel.
Na ingenuidade da criança o menorzinho saiu dizendo, “é uma pena ele ter morrido, pois hoje ele iria assar carne para comemorar o aniversário da minha avó”. A violência da noite anterior parecia não abalar as crianças.