Uma mulher de 56 anos foi ouvida pela Polícia Civil de Aparecida do Taboado, nesta quarta-feira (5), após denúncias de vizinhos de que ela mata e come carne de cães. Um vídeo do crânio de um cão encontrado dentro de uma caixa de papelão e um outro da mulher segurando o couro de um cachorro ainda com a cabeça, foram postados em redes sociais.
A Polícia Militar foi até a casa da suspeita, no bairro Jardim Redentora, e recolhe pedaços de carne, possivelmente de cachorro, guardados em uma geladeira e, aparentemente, temperados para consumo. De lá, a mulher foi levada para a Delegacia de Polícia Civil.
Em depoimento, ela nega ter matado os animais, demonstrando sinais de distúrbio mental. Questionada sobre a morte dos cães, a mulher afirmou que um dos animais morreu atropelado por um caminhão e que queria "guardar o couro" como recordação.
A mulher tem dois filhos, mas mora sozinha e ninguém da família foi encontrado para falar do caso. Ela foi ouvida e liberada.
Vizinhos disseram ter visto um filhote de cão, com sinais de sutura (costura) na barriga, dentro de vidro com líquido semelhante a álcool, na casa da mulher.
MAL ENTENDIDO
Nossa reportagem também foi ouvir o Soel André, funcionário da Agropecuária Agrovet, onde a dona Valdelice é cliente e costumeiramente levava seus animais. Ele disse que ela não mata, é amorosa e cuida com muito carinho dos animais. O Soel disse inclusive, que o cachorro morto que foi postado em video nas redes sociais, não foi ela quem matou. O cão foi atropelado próximo ao estabelecimento em que trabalha. "Ela trouxe o cachorrinho nos braços, ela deitou no chão ao lado dele depois que foi atropelado. Ela é carinhosa", disse Soel.
Nesta quinta-feira (6), uma psicóloga do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), Cristina Pires, também relatou outra versão para a história que circula nas redes sociais, contrariando informações de vizinhos.
Segundo ela, a mulher possui distúrbios mentais e faz acompanhamento médico no CAPS. A especialista afirma que há boatos e mentiras sobre a matança de cachorros na residência e que a mulher "tem muito amor pelos animais e que jamais seria capaz de matá-los".
Sobre o vídeo,explica. "Aquela foi uma cachorrinha que foi atropelada e ela levou na casa veterinária, e pediu para 'salvá-la', inclusive, tem pessoas que viram o atropelamento, ela pegando a cachorrinha nos braços e levando para a veterinária. Chegando lá, não tinha mais o que fazer e a cachorra não sobreviveu. Ela, então, devido ao seu distúrbio mental, tirou o couro do animal para guardar em casa. Uma forma de recordação e suprir a falta do seu animalzinho. Ela jamais seria capaz de matar", disse Cristina Pires.
Sobre a carne encontrada na casa dentro da geladeira, que pode ser carne de cachorro, a psicóloga disse que existem informações de que outra pessoa que frequenta a casa da mulher – possivelmente um usuário de drogas – é quem consome carne de animais. Segundo a psicóloga, não há confirmação sobre isso.
Cristina Pires também afirmou que o CAPS aguarda vaga para a internação da mulher em uma clínica de tratamento.
Acompanhe abaixo as entrevistas que foram veiculadas no "RCN Notícias" desta quinta-feira (6)
*Reportagem atualizada às 12h24 (MS).