A quantidade de pessoas resgatadas de trabalho análogo à escravidão cresceu 17% no ano passado, em Mato Grosso do Sul. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT-MS), foram 74 pessoas encontradas nessa situação, todas em área rural do estado, em nove diferentes propriedades. Em 2020, foram 63 trabalhadores submetidos ao trabalho forçado em quatro fazendas.
Na comparação com 2019, quando foram 43 pessoas flagradas nesse tipo de atividade em seis propriedades, a quantidade foi ainda maior, de 72%.
As operações foram empreendidas com a participação de integrantes do MPT, auditores-fiscais da Superintendência Regional do Trabalho (SRT-MS), vinculada ao Ministério do Trabalho e da Previdência, além de representantes da Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar Ambiental e Ministério Público Estadual.
O aumento de trabalhadores resgatados do trabalho escravo contemporâneo foi expressivo em todo o país. Foram 1.937 em 2021, segundo dados da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT). O MPT esteve presente no resgate de 1.671 destas pessoas.
Além disso, no ano passado, o MPT recebeu 1.415 denúncias de trabalho escravo, aliciamento e tráfico de trabalhadores, número 70% maior que em 2020. Nos últimos cinco anos, a instituição recebeu 5.538 denúncias relacionadas a trabalho escravo e, nesse mesmo período, foram firmados 1.164 termos de ajuste de conduta (TACs), ajuizadas 459 ações civis públicas e instaurados 2.810 inquéritos civis sobre o tema.
Houve fiscalizações em diferentes setores da economia, como a extração da carnaúba, plantações de café e cana de açúcar, garimpos, carvoarias e pedreiras, construção civil e oficinas de costura.