A equipe técnica do Programa Mulher Segura (Promuse), ligado ao 2º Batalhão de Polícia Militar, divulgou os dados estatísticos das atividades realizadas em 2024. O programa, instituído pela Portaria PMMS nº 032/2018 e implementado no Batalhão em 2019, tem como principal objetivo garantir a fiscalização e o cumprimento das Medidas Protetivas de Urgência (MPU), assegurando a proteção às vítimas de violência doméstica.
No ano passado, os policiais do 2º BPM registraram 369 ocorrências de violência doméstica, realizaram 119 visitas técnicas para acompanhamento de vítimas em situação de risco e conduziram 291 fiscalizações, resultando em 10 prisões em flagrante de agressores por descumprimento de medidas protetivas.
A equipe também recebeu 540 pedidos de medidas protetivas de urgência, que foram monitoradas continuamente nos municípios atendidos pelo 2º BPM: Brasilândia, Selvíria e Três Lagoas.
PROGRAMA
A cabo Selma Souza, integrante do Promuse, destacou que, embora os números de ocorrências sejam elevados, isso demonstra um avanço significativo na coragem das mulheres em denunciar casos de violência. “As mulheres estão se sentindo mais seguras, sabendo que têm uma rede de apoio, não só com o Promuse, mas com outros órgãos que compõem essa rede de enfrentamento”, explicou.
O programa oferece um atendimento humanizado, indo além do aspecto policial. Segundo a cabo, o trabalho envolve também suporte emocional e orientações que ajudam as vítimas a romper o ciclo de violência e recomeçar suas vidas. “Somos o Estado entrando na intimidade da pessoa, deixando fluir também a parte humana. Muitas vezes, somos a única esperança delas”, afirmou.
Feminicídios
De acordo com cabo Selma, o trabalho do Promuse contribuiu para a redução de 33% nos casos de feminicídios em Três Lagoas desde a implementação do programa. Em 2024, foram duas vítimas fatais, uma das quais havia revogado a medida protetiva, enquanto a outra não tinha histórico de denúncias. “Quando conseguimos identificar situações de risco, trabalhamos para conscientizar a vítima sobre os perigos e prevenir o pior, que é o feminicídio”, enfatizou a Cabo Selma.
A rede de apoio às vítimas
O programa funciona como uma porta de entrada para denúncias, disponibilizando uma sala de atendimento discreta no batalhão da PM e contato direto com as vítimas. Além disso, a equipe colabora com outros órgãos da rede de enfrentamento, como o CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher) e a Delegacia da Mulher.
Selma reforçou a importância de romper o silêncio. “O maior vilão das vítimas de violência doméstica é o silêncio e a vergonha. Denunciar é um ato de coragem que não apenas protege a própria vítima, mas também encoraja outras mulheres a buscarem ajuda”.
Como denunciar
A população pode ajudar no combate à violência doméstica por meio dos seguintes canais de atendimento:
Emergências: Ligue para o 190 (gratuito), (67) 3919-9737 ou (67) 3919-3738.
Denúncias via WhatsApp: (67) 3919-9700. O sigilo é garantido e não é necessário se identificar.
O trabalho do Promuse segue como um exemplo de dedicação e compromisso na luta contra a violência doméstica, promovendo mais segurança e esperança para as mulheres da região.