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Assassinato De Silas Palmieri

Produtor rural se torna réu e será julgado por morte de agrônomo paranaibense

Juiz acolhe denúncia do Ministério Público afirmando que Paulo Faruk agiu "por motivo fútil, vontade e ânimo de matar"

Silas foi morto a tiros pelo produtor rural em um restaurante na região de Porto dos Gaúchos (MT) - Reprodução / Redes Sociais
Silas foi morto a tiros pelo produtor rural em um restaurante na região de Porto dos Gaúchos (MT) - Reprodução / Redes Sociais

O produtor rural Paulo Faruk tornou-se réu pelo homicídio do engenheiro agrônomo paranaibense Silas Palmieri Maia, 33 anos, após o juiz Rafael Depra Panichella, da Comarca de Porto dos Gaúchos (MT), acolher a denúncia feita pelo Ministério Público.

Trecho da denúncia oferecida pelo MP relata que, para o promotor do caso, o produtor rural agiu compelido por motivo fútil e vontade de matar. “Que no dia 18 de fevereiro de 2019, no período vespertino, por volta das 13h00min, no estabelecimento comercial denominado “Bar e Lanchonete Fogão a Lenha”, localizado no distrito de Novo Paraná em Porto dos Gaúchos/MT, o denunciado Paulo Faruk de Morais, com consciência, vontade e ânimo de matar, impelido por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, utilizando-se de arma de fogo, desferiu disparos a curta distância contra a Silas Henrique Palmieri Maia, provocando-lhe morte instantânea por hemorragia intracraniana.”

Ainda na denúncia, o Ministério Público afirma que “o crime foi motivado em razão de revolta do réu com os atos de fiscalização e cobrança realizados pela vítima”. Silas, representante da empresa Agroinsumos, teria constatado desvio da produção ofertada pelo produtor rural como garantia de quitação de dívida anterior com a empresa. Por meio de conversa telefônica, Silas teria dito a Faruk que seria necessário o arresto dos grãos de sua propriedade, bem como que a venda de tais bens somente poderia ser realizada com autorização expressa da Agroinsumos, pois havia suspeita de desvios da soja colhida para terceiros.

Prisão e depoimento

Diante do delegado, segundo informações da Polícia Civil, o autor dos disparos, Paulo Faruk, afirmou que estava “se sentindo pressionado” por Silas, afirmando que o engenheiro estaria “invadindo sua fazenda e perturbando seus trabalhos de colheita de soja”. O criminoso confesso também afirmou que, “incomodado com e emocionado com a situação que vinha passando, ao ver o engenheiro em um restaurante cometeu o ato sem pensar”. Depois disso, Paulo afirma que “não se lembra de mais nada”, pois teria “ficado cego pela emoção”, saindo com o veículo em direção aos município dos Porto dos Gaúchos, Novo Horizonte e Juara, interior de Mato Grosso.

Segundo o delegado, o produtor rural afirmou que a arma utilizada no crime foi deixada durante a madrugada de quinta-feira (21) em frente à Delegacia de Tabaporâ. Ainda segundo o delegado a arma já foi encontrada e encaminhada para perícia. O assassino afirmou ser o proprietário da arma, porém, sem permissão para portá-la.

O crime

O paranaibense Silas Henrique Palmieri Maia, 33 anos, foi morto na tarde de segunda-feira, 18 de fevereiro, na região rural de Porto dos Gaúchos, Mato Grosso, a 650 Km da capital Cuiabá. De acordo com a imprensa local o engenheiro agrônomo, que estaria na região para cobrar uma dívida de um produtor rural referente a safra 2018/2019, foi alvejado com quatro tiros na cabeça. Silas era consultor de vendas da empresa Agroinsumos. Após ser atingido, o engenheiro foi colocado desacordado em uma caminhonete e teria recebido todos os procedimentos de tentativa de salvamento, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local, afirmou à imprensa local um médico que participou do procedimento.

Câmeras de segurança do restaurante registraram a execução de Silas Henrique, que estava no local em companhia de outro homem. Nas imagens é possível ver o assassino de camisa azul, usando boné e óculos de grau, chegando pelas costas, tocando o ombro da vítima e o executando assim que ele se vira para trás. Silas morreu na hora. O homem que o acompanhava conseguiu fugir no momento dos disparos. O corpo do engenheiro passou por autópsia no IML de Juína (MT) e foi trasladado para Paranaíba (MS), onde residem seus pais e familiares. Silas foi velado na casa de velório Pax Vida e sepultado na manhã de quarta-feira (20) no cemitério municipal.