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Investigação

Piloto paranaibense diz ter sido obrigado a pilotar para facção

Edmur já foi ouvido em Paranaíba, porém na próxima semana deverá prestar esclarecimentos ao delegado responsável pelo caso

O próprio piloto foi quem conduziu de volta o avião a Paranaíba, no fim da manhã de quinta-feira (20) - Arquivo/JPNEWS
O próprio piloto foi quem conduziu de volta o avião a Paranaíba, no fim da manhã de quinta-feira (20) - Arquivo/JPNEWS

Nas mais de 30 horas em que esteve desparecido, o piloto Edmur Guimarra Bernardes disse ter permanecido como refém de bandidos que lhe sequestraram, o piloto de 78 anos contou à Polícia Civil de Cáceres (MT), onde foi localizado na tarde de quarta-feira (19), que foi obrigado a voar para Paraguai e Bolívia depois da decolagem em Paranaíba.

Edmur já foi ouvido em Paranaíba, porém na próxima semana deverá prestar esclarecimentos ao delegado responsável pelo caso, Igor Mendes. O caso será investigado também pela Polícia Federal.

O caso aconteceu na última terça-feira (18). Edmur disse que decolou por volta das 6h30 com destino a uma fazenda no Paraguai, que não sabe apontar a localização exata.

O piloto teria dito que os dois homens encapuzados que lhe renderam se declararam do PCC (facção criminosa que controla o tráfico de drogas e armas nas fronteiras com Paraguai e Bolívia) e sabiam que havia um avião que havia pousado na noite anterior. Para isso precisariam das chaves do hangar, que seriam de responsabilidade do piloto, funcionário público municipal. Chegando ao hangar, a vítima teria sido obrigada a pilotar.

No Paraguai, o piloto passou a tarde e a noite como refém. Na manhã de quarta, foi acordado sob ameaças dos bandidos, que lhe informaram que deveriam voar até a Bolívia para resgatar um comparsa. 

Edmur explicou que fugiu pouco após chegar em terras bolivianas. Aproveitou de um momento de distração para fugir com o avião. E o combustível que sobrou lhe dava chance de voar apenas até Cáceres.

O próprio piloto foi quem conduziu de volta o avião a Paranaíba, no fim da manhã de quinta-feira (20). Segundo a Polícia Civil, a aeronave será periciada na segunda-feira (24), quando Edmur deverá ser ouvido formalmente de novo.