Veículos de Comunicação

Entrevista

PM atua com 50% do necessário para garantir segurança em Três Lagoas

Após ficar por um ano e meio no comando do 2º Batalhão da PM, tenente-coronel James Magno vai para Campo Grande

Tenente-coronel James Magno vai integrar a Corregedoria-Geral da PM, em Campo Grande - Arquivo/JPNEWS
Tenente-coronel James Magno vai integrar a Corregedoria-Geral da PM, em Campo Grande - Arquivo/JPNEWS

O número de policiais militares nas ruas de Três Lagoas é apenas a metade do necessário para garantir a segurança da população. O déficit é histórico e piorou com a industrialização iniciada há pouco mais de uma década. São apenas 200 militares no 2º Batalhão da PM. O ideal seria o dobro, avalia o ex-comandante e tenente-coronel James Magno. A cidade tem 116 mil habitantes (IBGE, 2016), mas o batalhão também é responsável pela segurança em Água Clara, Brasilândia e Selvíria. Apesar disso, 500 pessoas foram presas em flagrante por envolvimento com tráfico de drogas, furtos ou roubos, entre outros crimes, em apenas um ano. 

“Apesar das dificuldades o reflexo é positivo”, declara Magno, que ficou por um ano e meio no comando do 2º Batalhão e deixou o cargo em 4 de abril para atuar na Corregedoria-Geral da PM, em Campo Grande. No cargo, assumiu o subcomandante, major Ênio de Souza Soares.
James Magno, piauiense de 45 anos, sendo 22 apenas no exercício militar, avalia o que é preciso para combater a criminalidade na região e garante deixar um legado marcado por empenho, organização e muita força de vontade. 

Jornal do Povo – O que falta em Três Lagoas para uma segurança de qualidade?
James Magno – Literalmente efetivo. É disso que precisamos no momento. Desde quando assumi, houve redução de 10% do efetivo, sendo com aposentadorias, afastamentos. E ainda, no ano passado, tínhamos bem menos policiais que hoje. Então é difícil se aplicar novas situações de policiamentos se estamos trabalhando apenas com a metade do ideal.

JP – O número de furtos cresceu e assustou a população. Como essa situação tem sido combatida?
James – Posso dizer que conseguimos diminuir o índice de furtos, embora ainda esteja em um patamar alto. Foi possível equacionar a questão dos roubos. Do início de 2018 até o atual momento verificamos que houve redução, praticamente 50% em relação ao início do ano passado. No mês de maio de 2017 começamos o trabalho junto à Inteligência e a quantidade foi diminuindo. 

JP – O senhor deixa o comando com sua missão cumprida?
James – Eu considero positivo todo o trabalho. Fizemos o máximo que poderíamos fazer. Tirando sempre o máximo da tropa, dentro das possibilidades que ela poderia oferecer. Criamos policiamentos novos, situação de enfrentamento novo, nesse caso, me refiro ao trabalho junto ao Setor de Inteligência da PM. Nós nunca tínhamos prendido tantas pessoas em um período de um ano. Foram mais de 500, além de mil Termos Circunstanciados de Ocorrências (TCO) assinados. Valorizamos também a Patrulha Rural, que por essa equipe conseguimos apreender grande quantidade de droga na região.