A Procuradoria da República em São Paulo contestou hoje (22) as informações do Ministério da Justiça sobre o bloqueio de valores relacionados à Operação Satiagraha. Segundo o órgão, desde setembro, a quantia foi bloqueada, mas não chega a R$ 2 bilhões, muito menos a US$ 2 bilhões (cerca de R$ 4,5 bilhões).
De acordo com a Procuradoria, o bloqueio mais recente foi também maior, cerca de US$ 450 milhões (em torno de R$ 1 bilhão) que o Banco Opportunity havia enviado a um banco de Nova York. O nome do banco e a data exata do bloqueio não foram divulgados, porém a Procuradoria informou que tomou conhecimento da ação ontem (21).
O restante dos cerca de R$ 2 bilhões foram bloqueados em setembro, em três ações. A primeira delas, também foi feita com ajuda de autoridades internacionais, resultou no bloqueio de US$ 46 milhões (cerca de R$ 100 milhões), que o Opportunity havia enviado a um banco do Reino Unido.
Já os outros dois bloqueios são referentes a operações feitas no Brasil. Uma, bloqueou R$ 535 milhões referentes a transferência da administração de fundos de investimentos do Opportunity para a sede brasileira do banco norte-americano BNY. A outra, bloqueou R$ 10 milhões, referentes a uma transferência feita da conta do ex-presidente do Opportunity, Dorio Ferman, para uma conta de sua irmã em um banco brasileiro de nome não informado.
O Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, negou-se a comentar as informações do Ministério Público, mas reafirmou o valor de mais de US$ 2 bilhões e assegurou que o Ministério da Justiça é que detém as informações oficiais.
“Eu não sei exatamente o que o Ministério Público falou, eu não acompanhei, mas eu acho que o Ministério Público faz um grande trabalho e eu vou procurar falar com eles. Pode ser que eles tenham mais esse valor e daí dobre”, declarou.
“A autoridade central do Brasil para esse tipo de assunto é a Secretaria Nacional de Justiça”, fez questão de destacar. em entrevista coletiva à imprensa. “As informações que nós temos e que os outros órgãos no Brasil têm, elas transitam por dentro da autoridade central, então elas passam por nós e são repassadas à autoridade judicial”, explicou.