A partir desta segunda-feira (14) todos 79 municípios sul-mato-grossenses terão toque de recolher das 22h às 05h. O decreto que restringe a mobilidade da população publicado pelo governador Reinaldo Azambuja vai durar 15 dias e só libera serviços essenciais neste período. Em Campo Grande o toque de recolher já estava em vigor neste horário desde a última segunda-feira (7).
“Estamos no limite de ocupação dos leitos em todo o Mato Grosso do Sul. Se não adotássemos essa medida neste momento poderíamos explodir a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Como a cada dia que passa mais pessoas estão sendo contaminadas, tivemos que pisar no freio para não faltar leitos. Tivemos que tomar essa atitude para evitar mais mortes”, afirmou o governador.
De acordo com o último boletim epidemiológico da Covid-19, a taxa de ocupação de leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Estado já ultrapassa o número de vagas disponíveis. Segundo o secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, na macrorregião de Campo Grande faltavam leitos nesta sexta-feira (11). “Já ocupamos todos os leitos de UTI e estamos ocupando outras alas dentro de hospitais. Inclusive alas de leitos de enfermaria e centros cirúrgicos para que os pacientes sejam entubados.”
A capital registou 104% de ocupação, sendo que os 4% acima da capacidade representam pacientes em leitos de Covid ainda não habilitados pelo SUS, mantidos pelas secretarias municipais e estadual de saúde. Em Dourados, a ocupação está em 81%, em Três Lagoas, em 63% e em Corumbá em 82%.
Nas últimas 24 horas foram registrados nove óbitos por coronavírus, sendo quatro óbitos de pessoas residentes na Capital e outras cinco mortes, sendo uma em cada município: Três Lagoas, Naviraí, Rio Verde de Mato Grosso, Coxim e Glória de Dourados. Do início da pandemia até agora, 1.897 pessoas morreram por Covid-19.
Até o momento, 14.136 casos estão ativos no Estado, sendo que deste total 13.498 estão em isolamento domiciliar e 638 internados, sendo que 383 estão em leitos clínicos, com 215 na rede pública e 168 na rede privada.
Os casos mais graves, que exigem internação em UTI, somam 255 pacientes, sendo 168 pelo SUS e 87 na rede privada. “Para cada 100 casos, podemos ter 5% pessoas que irão precisar de leitos clínicos e de UTI. A média móvel atinge 1.128 casos ao dia”, ressaltou Resende. Os municípios terão o final de semana para os gestores adotarem a medida de restrição de mobilidade. O decreto pode ser prorrogado por mais 15 dias.
A fiscalização do decreto ficará por conta da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Vigilância Sanitária Estadual. Guardas municipais e vigilâncias sanitárias municipais vão reforçar a inspeção. Quem descumprir a medida terá que responder a infração sanitária.