Crime por motivo fútil, banal. Na maioria, ciúmes e sem aceitar o fim do relacionamento conjugal. Dois casais morreram vítimas de crimes passionais em menos de um mês, em Três Lagoas. Os casos chocaram a região pela brutalidade e frieza contra as mulheres, que foram assassinadas a tiros. E logo após, os ex-maridos cometeram suicídio.
Na tarde desta sexta-feira (9), Larissa Souto Pereira de Freitas, de 42 anos, foi morta com três tiros no portão do condomínio, onde morava com os filhos, no bairro Jardim Alvorada. O crime ocorreu em plena tarde, por volta das 16h, e foi presenciado pelo filho do casal, de 22 anos, como também por vizinhos.
Ela e o ex-marido Marcos Sérgio da Silva Castro, de 48 anos, teriam iniciado uma discussão no local. O filho chegou e tentou interromper a briga. Porém, o pai sacou a arma e efetuou três disparos contra a ex. Larissa chegou a ser levada com vida por uma equipe Corpo de Bombeiro para o Hospital Auxiliadora.
Porém, depois de dar entrada, por volta das 16h40, a vítima morreu. Marcos trabalhava como mototaxista na cidade e logo após o crime, na mesma rua, disparou contra o peito. Ele morreu na hora. Segundo testemunhas, o casal estava separado há 10 meses e o homem não aceitava o fim do relacionamento.
Além disso, a Polícia Civil informou que há dois meses Larissa obteve na Justiça medida protetiva contra o ex-marido, que já a teria ameaçado. O casal deixou dois filhos.
Em 14 de janeiro deste ano, outro crime bárbaro foi registrado no bairro Santa Júlia. A agricultora Halley Coimbra, de 39 anos, também foi morta com três tiros, dentro da própria residência, e na frente das três filhas: de 15, 5 e 3 anos de idade. Ela morreu no local. Quem efetuou os disparos foi o ex-marido e ex-gerente de uma fábrica de celulose, em Três Lagoas, Renato Otoni Bastos, de 62 anos.
O casal estava separado há três meses e o ex-gerente não aceitava o término do casamento, de acordo com familiares. Na tarde de domingo, ele foi até a casa da vítima e efetuou os disparos que atingiram as costas e o rosto dela. Depois, seguiu para uma área rural, próxima ao município de Castilho (SP) e se matou com um tiro dentro carro.
O corpo só foi encontrado dois dias depois por moradores que passaram pelo local e acionaram a polícia. Os dois casos foram encaminhados para a Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam). Levantamento feito pelo JPNEWS aponta que a cada dia duas mulheres, em média, sofrem algum tipo de violência doméstica ou familiar, em Três Lagoas.
O número é alarmante e representa 930 boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar e encaminhados para a Delegacia Especializada da Mulher (DAM), em 2017. São 77 vítimas de agressões físicas e verbais, por mês, sendo a quantidade três vezes maior se comparada com 2016. No ano passado, cinco casos de feminicídio foram registrados.