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Desperdício

Abandonado, ‘lanchódromo’ se torna ponto de droga e abrigo para pombos

Sem destinação até hoje, obra concebida para ser centro de artesanato está abandonada e é alvo de vandalismo

Sem função definida, antigo “Lanchódromo” sofre vandalismo - Talita Matsushita/JP
Sem função definida, antigo “Lanchódromo” sofre vandalismo - Talita Matsushita/JP

O ‘lanchódromo’, espaço construído na Avenida Major Francisco Faustino Dias, em Paranaíba, está longe de ter uma destinação definitiva. Apesar de inaugurado, em 2015, nunca chegou a abrigar uma nenhuma atividade  por muito tempo. Inicialmente seria um centro lanchonetes, mais tarde descobriu-se que na realidade havia sido concebido para uso de artesãos. 

Atualmente, sem qualquer utilildade o local é chamado de “pombódromo”, já que são os pombos os que mais usam o local,  além dos usuários de drogas. O prédio tem sofrido vandalismo, com a retirada de ítens, como pisos, vasos sanitários quebrados, entre outros.

O local foi construído com verbas federais para fomento à cultura e seria destinado ao comércio de lanches, por decisão da administração do ex-prefeito José Garcia de Freitas. Através de decisão judicial, em 2016 o Ministério Público Federal (MPF) de MS obrigou a Prefeitura de Paranaíba a destinar corretamente o imóvel para a instalação do Centro de Comercialização de Produtos Artesanais, o que obrigou a retirada de trailers de lanches do local.

Desde então a atual administração tem tentado resolver a questão através da abertura de edital para concessão de uso Em duas ocasiões, março de 2016 e maio de 2016, foram abertos processos licitatórios, orém sem qualquer interessado. “Tirou os lanches de lá, matou a Praça do Carnaíba e por fim abandonou achando que fizeram o certo. Pois no nosso município não temos representantes em lugar nenhum. É uma vergonha. Isso ficou igual à UPA.  Nada foi feito. Só levaram o dinheiro embora”, disse Brasilino Garcia Machado. 

Até o momento não há nenhum planejamento para que o local tenha nova destinação. “Uma vergonha isso no centro da cidade. Deixar um imóvel desta estrutura abandonado”, comentou Fabiana Silva. O impasse existe porque o Centro de Artesanato, localizado na Avenida Major Francisco Faustino Dias, recebeu R$ 500 mil da União, por meio do Ministério do Turismo, para fomentar o artesanato do município.  

O MPF pontuou que “o município recebeu recursos da União como incentivo ao artesanato, à cultura e ao turismo paranaibense. A utilização do espaço para ‘trailers e lanchinhos’ viola o contrato firmado e a sua finalidade”. 
A prefeitura argumentou que, por ser aberto, o local não é bom para a comercialização de produtos artesanais. Mas não demonstrou interesse em fazer readequações no espaço.

Um projeto para inclusão de uma praça de alimentação no local foi encaminhado à União pela Prefeitura, mas para o judiciário essa mudança não será possível.