A defesa da vereadora Marisa Rocha (PSB) alegou em documento enviado à Justiça que está tendo cerceado seu direito de acesso a informações do processo contra ela, que está no presídio feminino de Três Lagoas, desde março deste ano, acusada de fazer parte de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas.
Por isso, o advogado e filho da vereadora, Juliano Rocha, entrou um pedido de providência na 2ª Vara Criminal de Três Lagoas para ter acesso "à integralidade das provas" contra Marisa.
Segundo o advogado da vereadora licenciada e secretária de Esportes afastada, ao analisar os documentos do processo "foi possível constatar que inúmeros documentos essenciais à sua defesa, não constam dos autos, o que provoca o cerceamento inequívoco da defesa”.
O advogado alega que não estão no processo "diálogos e conversas telefônicas ou telemáticas interceptadas, faltando até as que foram citadas na denúncia". “Deve estar disponível à defesa a integralidade da prova, e no caso dos autos, esta integralidade compreende não só as conversas e diálogos interceptados, como também a quebra de sigilo de dados cadastrais dos interlocutores que se comunicaram com as linhas interceptadas e as ERBs dos terminais. O que é direito inalienável da defesa é ter acesso à própria prova”, argumenta o advogado.
Não havia decisão judicial sobre o pedido até a publicação desta reportagem.
RECURSO
Depois de ter dois pedidos de liberdade negados em primeira instância e pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS), a defesa de Marisa Rocha aguarda a concessão de habeas corpus pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília (DF), para que a parlamentar possa responder em liberdade as acusações do Ministério Público Estadual de seu suposto envolvimento com o crime organizado.
A previsão é de que no final deste mês o STJ decida sobre o pedido. Os desembargadores do Estado entenderam que, solta, a vereadora poderia atrapalhar investigações do processo que corre em segredo de Justiça.
Marisa foi presa no dia 6 de março pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço de investigação do Ministério Público, no andamento da operação Themis, iniciada em janeiro.
O Ministério Público não respondeu nenhuma das perguntas feitas pela reportagem sobre o caso. A defesa de Marisa nega as acusações.