O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), reconheceu hoje (3) que as chances de o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ser o candidato do partido às eleições presidenciais do próximo ano são maiores do que a candidatura dele próprio. “A probabilidade de o Serra ser candidato hoje é maior do que a de eu ser candidato”, disse em entrevista ao programa 3 a 1, da TV Brasil, que vai ao ar hoje às 22h. “Vou apoiar o candidato que as bases do meu partido escolher. Se o Serra for candidato, serei o mais dedicado soldado do partido.”
Aécio voltou a defender as prévias partidárias como a melhor forma de escolha do candidato de 2010 e disse que ainda está na disputa pela candidatura. Para isso, ele e José Serra já estabeleceram uma agenda de eventos por todo o país para conversar sobre grandes temas de campanha. “Vamos eleger três ou quatro bandeiras e, a partir daí, definir qual é o melhor candidato”.
Ele ainda admitiu que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, garantirá “uma disputa de alto nível” às eleições, caso realmente seja a candidata do governo à presidência. “Ela é uma candidata à altura do amadurecimento da democracia brasileira”, disse. “Nas pesquisas, acho que ela ainda não atingiu o patamar mínimo que um candidato com apoio do presidente pode atingir. Esse mínimo é de 30%. Ela chegará a isso no final deste ano. A partir daí, a luta é outra. O poder de influência do presidente Lula diminui muito e passa a contar apenas a imagem da candidata.”
Para o governador mineiro, os candidatos nas próximas eleições precisam se unir em torno de uma agenda de temas comuns para, depois, pensar em um projeto de “convergência”. Segundo ele, o maior erro do PSDB seria centrar sua campanha na tentativa de "desconstrução" da imagem do presidente Lula.
“A gestão do governo federal tem falhas enormes. O diferencial que o governo tem se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é mais que um político. Se soubermos equilibrar os nossos erros e fragilidades teremos chance. E aí, a certeza do retorno dele [de Lula] em 2014 pode ficar um pouco mais complicada”, comentou.
Aécio Neves fez elogios à atual política, disse que o governo de Lula será lembrado como um processo contínuo iniciado no governo de Fernando Henrique Cardoso. “Foi lá que se iniciaram os programas de geração de renda. Veio o governo Lula e, responsavelmente, manteve os parâmetros macroeconômicos e avançou nos programas sociais”. Mas fez críticas à gestão pública. “O governo virou as costas para a gestão e confia na popularidade do presidente Lula. Só que o presidente Lula não é candidato nas próximas eleições.”