Após longa reunião a portas fechadas, a cúpula do PMDB de Mato Grosso do Sul optou por continuar dando apoio ao presidenciável tucano José Serra nesta segunda fase das eleições.
Foram 33 votos de apoio a Serra, contra apenas quatro em favor de Dilma Rousseff, já anunciados, aliás, no primeiro turno. Ficarão ao lado da petista o prefeito Nelsinho Trad, seu vice, Edil Albuquerque, o deputado federal Geraldo Resende e o presidente da Câmara de Campo Grande, Paulo Siufi.
O posicionamento deles foi compreendido pelas principais lideranças do PMDB, que liberaram os quatro para fazer campanha em favor de Dilma.
Deputados eleitos, reeleitos, secretários de Estado, dirigentes do partido e prefeitos do interior, por outro lado, optaram em continuar apoiando o projeto tucano.
O governador André Puccinelli mudou um pouco o tom ao falar da “ex-fada madrinha”. Ele criticou o governo Lula e disse que Mato Grosso do Sul “está no sal e continuará no sal” se a petista vencer a corrida eleitoral.
“O nosso partido aqui estava alinhado com a base federal, mas nos rejeitaram, acharam que a gente não era bom de voto”, espetou.
Puccinelli também lembrou de ocasião no ano passado, em que almoçou com Dilma e expôs alguns problemas que o Estado enfrenta: a recomposição do valor do gás, as transferências voluntárias, que estão insuficientes, e a demarcação de terras indígenas.
“Estou esperando sentado até hoje, então pisar mais no pescoço do que estão pisando, não tem. Falam aí que eles estão mandando muito dinheiro pra cá, mas não tinham nem o dinheiro da contrapartida para mandarem de Brasília. Nosso secretário de Obras, competente, é que foi buscar dinheiro para a 359. Eles não tão dando dinheiro nenhum, estão restituindo nosso imposto”, disparou.
O governador continuou sua exposição de motivos afirmando que ficou esperando “como um noivo, com cravo branco na lapela”, mas que a noiva, Dilma, não veio.
“Um nos pisa no pescoço, o outro nos pisa no pescoço, nós não somos capacho de ninguém”, criticou.
Puccinelli disse que se a “moça” (Dilma) ganhar, espera que ela como “fada madrinha” ponha um pouco de “pó de pirlinpimpim” para Mato Grosso do Sul e volte os olhos para as necessidades do Estado, já que “não faz mais que a obrigação”.
“Espero que ela seja magistrada, como eu sou, que não discrimino ninguém”, continuou.
Senador eleito, o deputado federal Waldemir Moka disse que se reuniu com o presidente nacional do PMDB e vice de Dilma, Michel Temer, que cobrou apoio do partido em Mato Grosso do Sul.
Por isso, a reunião desta manhã foi agendada, para que todas as vertentes partidárias pudessem se manifestar e que as lideranças do PMDB de Mato Grosso do Sul pudessem dar a Temer uma “justificativa oficial” sobre o posicionamento em favor de Serra.
Mesmo apoiando o tucano, as principais lideranças peemedebistas deixam claro que esta é uma campanha “eletrônica” e que pretendem ajudar Serra no “boca a boca”, pedindo votos a amigos, companheiros e aliados.