Campo Grande finalmente vai ter o seu Hospital Municipal. Ou pelo menos começa a sonhar com isso, já que sua construção foi inserida no Plano Plurianual aprovado pela Câmara Municipal – a questão tinha sido vetada pelo então prefeito Marquinhos Trad (PSD), mas foi derrubada pelos vereadores campo-grandenses e inserida mesmo contrariando o Executivo.
O PPA define as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública, contemplando as despesas e os investimentos a serem feitos na cidade. O documento ainda dá um sorte norte à formulação da LOA (Lei Orçamentária Anual) e LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
Ou seja, ter a construção do Hospital Municipal no PPA significa o compromisso de em quatro anos colocar o novo espaço da saúde para funcionar. E foi justamente esse o tema abordado nesta quinta-feira (28) pelo jornalista Edir Viégas, na coluna CBN em Pauta.
O jornalista destaca que por não ter seu Hospital Municipal, a prefeitura é obrigada a comprar serviços da rede privada e dos hospitais filantrópicos, como é o caso da Santa Casa, Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Nosso Lar e São Julião.
"Além de pagar caro por esses serviços, a prefeitura acaba se transformando em refém dessas unidades", diz o jornalista. "Imagine se hoje a Santa Casa decida não mais prestar serviços ao município. Seria o caos. Fechamento do pronto-socorro, quando ocorria no passado, simplesmente colapsava a saúde em Campo Grande", ressaltou.
Ele citou ainda uma questão atual, que é a desativação do tomógrafo do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, que necessita da importação de uma peça que custa R$ 600 mil. O Governo do Estado se comprometeu a entrar com metade desse valor, R$ 300 mil, mas a prefeitura alega não ter esse dinheiro e está apelando para emendas parlamentares para viabilizar o montante.
Enquanto isso não se resolve, os pacientes em tratamento contra o câncer são prejudicados. São Paulo e Porto Alegre têm hoje vários hospitais municipais. Já pegando como exemplo cidades sul-mato-grossense, Naviraí tem o seu hospital há 30 anos. E funciona.
Campo Grande tem 122 anos, está com quase 1 milhão de habitantes, atende municípios do entorno, como Jaraguari e Terenos, e ainda não tem o Hospital Municipal. "A prefeitura já está planejando a construção do Hospital Municipal de Campo Grande?", indaga Edir Viégas.