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Arruda de Cuiabá é cassado por comprar 11 t de biscoito

A base da acusação contra Arruda, o de Cuiabá, é uma auditoria que fala em aquisição fictícia de 11 toneladas de biscoitos

Depois dos panetones de José Roberto Arruda, governador do Distrito Federal citado no Mensalão do DEM, é a vez dos biscoitos de um outro Arruda – Lutero Ponce de Arruda (PMDB), cassado da presidência da Câmara Municipal de Cuiabá (MT) e denunciado criminalmente pelo Ministério Público Estadual por suposto desvio de R$ 3,9 milhões.

A base da acusação contra Arruda, o de Cuiabá, é uma auditoria que fala em aquisição fictícia de 11 toneladas de biscoitos para consumo próprio e de outros 19 vereadores. "Considerando que a Câmara em 2007 e 2008 era composta por 20 vereadores, em tese, coube a cada um deles 552,1 quilos de bolacha, mais de meia tonelada por vereador, o que equivale a 1,5 quilo de bolacha por dia para cada vereador", afirma a promotora Ana Cristina Bardusco na denúncia à Justiça.

Afora a montanha de biscoitos, a gestão do ex-vereador teria justificado saída de recursos naquele biênio com a compra de 24,5 toneladas de açúcar, 572 litros de adoçante e 7.464 litros de leite. A apuração foi realizada pela Promotoria Criminal Especializada na Defesa da Administração Pública e Ordem Tributária. A denúncia envolve Arruda e outros 9 acusados por quadrilha, desvio de receita pública e fraude à licitação.

Defesa

Paulo Taques, advogado de Arruda, rechaçou com veemência a acusação. Segundo ele, a auditoria que deu base à denúncia foi feita por adversários do ex-vereador. "A auditoria é unilateral e, quando feita assim, aceita tudo. Ela é viciada, absurda e tendenciosa. Improcede em termos práticos porque afirma que em dois anos toda a compra foi fictícia. Como é que a Câmara funcionou sem papel, sem caneta e sem café?" Taques disse que no inquérito policial e no processo de cassação, Arruda não teve oportunidade de defesa.