O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, vai precisar de autorização do Superior Tribunal de Justiça se quiser deixar Brasília, segundo informações da Corte. Quem terá de conceder a autorização é o ministro relator do inquérito da Operação Caixa de Pandora, no caso, o ministro Fernando Gonçalves. Ele fica no cargo até a próxima semana, pois se aposenta no dia 28 de abril, quando completa 70 anos. Depois da aposentadoria de Gonçalves, quem assume a relatória do inquérito é o ministro Castro Meira.
Ontem (12), o STJ concedeu a revogação da prisão preventiva de Arruda, que estava há dois meses na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Ele foi preso por suspeita de tentativa de suborno a uma testemunha da Operação Caixa de Pandora, que investiga suposta distribuição de propina no governo do DF. Arruda vai responder em liberdade a processos por crimes contra a fé pública, falsidade ideológica e por coação de testemunha e obstrução de investigação.
Depois do julgamento da revogação da prisão, o advogado de Arruda, Nélio Machado, disse que o ex-governador estava preso sem ser julgado e que agora a defesa iria mostrar que as acusações são “insipientes”. “[A acusação] se origina de pessoas que não tem nenhuma credibilidade”, afirmou.
Ele disse ainda que Arruda não pensa nesse momento em voltar à vida pública e que vai ficar com a família e cuidar do restabelecimento de sua saúde. O ex-governador fez vários exames durante o período em que ficou preso e neles foi detectado que uma das veias estava obstruída. Além disso, Arruda teve de tomar remédios contra depressão.
Agora, Arruda está em casa, no Park Way, bairro nobre de Brasília junto com a família.