O prefeito afastado de Dourados, Ari Artuzi (expulso do PDT), e o vice, Carlinhos Cantor (PR), renunciaram hoje à tarde aos seus mandatos. O comunicado já foi encaminhado pelos advogados à Câmara Municipal da cidade.
Artuzi e Cantor foram presos e afastados por envolvimento em esquema de fraude em licitação e pagamento de propina a vereadores. O escândalo político foi deflagrado pela Operação Uragano, da Polícia Federal.
Todo o esquema de corrupção foi revelado por meio de gravações feitas pelo jornalista Eleandro Passaia, sob orientação da PF. Além de Artuzi e Cantor, foram presos vereadores, secretários e empresários da cidade.
O presidente da Câmara do município, Sidlei Alves, também renunciou ao cargo.
Hoje faz 90 dias que Artuzi, Sidlei e Cantor estão atrás das grades. O prefeito afastado está no presídio federal de Campo Grande e os outros estão no presídio Harry Amorim Costa, em Dourados.
Com a renúncia, fica liberada a convocação de eleições diretas em Dourados. A interpretação da maioria dos juristas é que o pleito extemporâneo poderia ser realizado caso a cassação ou renúncia ocorressem até 31 de dezembro deste ano.
Artuzi e Cantor enfrentam duas Comissões Processantes na Câmara, que poderiam resultar na cassação.
O advogado de Artuzi, Carlos de Jesus Marques, disse há pouco ao Campo Grande News que Artuzi resolveu renunciar porque quer ver a eleição direta ser realizada. Portanto, com sua atitude, o prefeito afastado evitou que a Câmara escolhesse o próximo prefeito.
"A cassação de Artuzi estava iminente nas comissões processantes, o processo estava viciado, foi melhor renunciar", detalhou Carlos Marques.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) vai conduzir todo o processo de eleição em Dourados.
Alguns candidatos já despontam para a disputa, como a própria prefeita interina, Délia Razuk (PMDB) e o vice-governador Murilo Zauith (DEM), que lidera as pesquisas de opinião.
A prefeita interina de Dourados, Délia Razuk(PMDB), tentou aumentar o mandato a frente da prefeitura. Entrou com Ação Cautelar solicitando prorrogação do mandato como presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores para dois anos, para que também continuasse como prefeita.
Mas decisão do juiz João Mathias Filho foi contrária a liminar. Ainda será julgado o mérito. Caso a Justiça negue o pedido, o prazo de Délia termina em dois meses, depois devem ser convocadas novas eleições na Câmara. Se até lá não forem convocadas eleições para a prefeitura, o novo presidente do Legislativo Municipal vai assumir Dourados.