A ação por improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público Estadual (MPE) poderá obrigar o ex-prefeito Ari Artuzi, outras 59 pessoas e dez empresas a devolverem R$ 35 milhões aos cofres públicos. O montante é resultado de uma avaliação do Ministério Público, do que seria o total do dinheiro desviado da prefeitura de Dourados na administração Artuzi.
Segundo a denúncia, baseada na Operação Uragano da Polícia Federal, para causar o “buraco” financeiro a administração mantinha um esquema de retornos de valores com empresas, que utilizavam notas “frias” para justificar serviços não prestados.
O dinheiro seria utilizado para pagamento de propina a vereadores, que seriam incumbidos de não fazer oposição ao executivo. Em troca do dinheiro mensal, essas empresas venciam licitações da prefeitura, em processo que seria fraudulento.
A denúncia foi impetrada no Fórum de Dourados na última quinta-feira (4). Caso seja julgada procedente a ação subscrita pelos Promotores de Justiça Paulo César Zeni, Cláudia Loureiro Ocariz Almirão e Amilcar Araújo Carneiro Junior, os acusados poderão ser penalizados com a perda do cargo e dos direitos políticos, pagamento de multa, além do ressarcimento integral dos prejuízos causados, neste caso, os R$ 35 milhões.
Além de Artuzi, estão na lista de denunciados o vice-prefeito Carlinhos Cantor e 11 vereadores dos 12 eleitos. Entre eles, o atual presidente da Câmara, Dirceu Longhi (PT), e o 1° secretário da mesa diretora, Gino Ferreira (DEM).
Ex-secretários, empresários e diretores do Hospital Evangélico também são alvos da ação. Délia Razuk foi a única vereadora que não foi denunciada.
Dirceu e Gino, apesar de não terem sido presos, foram indiciados na Uragano. Eles são os únicos a permanecerem na Câmara, já que os nove restantes foram afastados e substituídos por suplentes.
A maioria dos integrantes da lista já respondem processo no Tribunal de Justiça e 1ª Vara Criminal em Dourados, denunciados pela Polícia Federal. Entre as empresas estão um hospital, empreiteiras de obras públicas, empresa do transporte público e escolar, e uma revendedora de armas.
Com a ação, além do prefeito afastado Ari e o vice, os 11 vereadores indiciados podem ser cassados, são eles: Aurélio Bonatto, Dirceu Longhi, Gino Ferreira, Sidlei Alves, Júlio Artuzi, José Carlos de Souza (Zezinho da Farmácia), José Carlos Cimatti, Humberto Teixeira Júnior, Paulo Henrique Bambu, Marcelo Barros e Edvaldo Moreira.
Os ex-secretários municipais Ignes Boschetti Medeiros (Finanças), Dilson Cândido de Sá (Obras) Tatiana Moreno (Administração) e Alziro Arnal Moreno (Procuradoria Geral do Município) também foram denunciados e continuam presos.
Também estão na cadeia a primeira dama Maria de Freitas, Ari Artuzi, Carlinhos Cantor e os vereadores afastados Humberto Teixeira Júnior, Sidlei Alves, Cláudio Marcelo Hall e o suplente de vereador Edivaldo Moreira.