Na balança, os benefícios gerados pelo desenvolvimento pesam mais que os problemas causados pelo crescimento, diz a prefeita Márcia Moura (PMDB), candidata à reeleição, para quem, nenhum cidadão gostaria de voltar à década passada, período em que uma das “grandes preocupações” era o desemprego. “A cidade vivia uma situação preocupante antes do ciclo industrial, era uma cidade parada, sem emprego, sem autoestima, sofria com os problemas da falta de infraestrutura”, lembra.
Para a candidata, a falta de autoestima era visível em razão de que “as pessoas só crescem quando têm projeto de vida. De 2005 para cá esse quadro mudou com a projeção do crescimento que acabou sendo efetivamente concretizado com o início do período de transformação da base econômica do município”, disse Márcia Moura ao Jornal do Povo, que ouviu os três candidatos à Prefeitura de Três Lagoas sobre o tema “custo-benefício do desenvolvimento”.
Márcia Moura diz que o processo de desenvolvimento criou demandas, gerou problemas, mas considera que na medida que a economia da cidade ganhou maior dimensão, abriu-se também o horizonte de crescimento pessoal, de emprego e geração de renda, de modo que a solução aos problemas desencadeados pelo progresso passaram a ser “bons desafios”.
“Três Lagoas vive um momento que qualquer outra cidade gostaria de passar. A logística da cidade sempre foi a mesma, estamos a 670 km de São Paulo, 1.100 km do Rio de Janeiro e a 320 km de Campo Grande. Temos água em abundância, hidrovia, ferrovia, energia e gás. Tudo isso favoreceu esse processo de expansão industrial, mas acreditamos que além disso, Três Lagoas tem força política. A credibilidade nos permitiu chegar aqui”, diz.
“O primeiro incentivo [fiscal] é fundamental para que um empreendimento tenha início, mas considero muito pertinente também as parcerias”, diz, numa alusão aos investimentos da Petrobras.
“Três Lagoas tinha sede de se desenvolver e hoje possui uma população ativa, que busca novos conhecimentos e responde a todo esse processo de transformação”, diz Márcia Moura, lembrando que a frota de veículo era de 24 mil veículos em 2005. Hoje são 72 mil veículos. A candidata menciona, também, que Três Lagoas tem uma população de 120 mil habitantes recorrendo aos serviços públicos.
PERSPECTIVAS
Para Márcia Moura, os próximos anos serão decisivos para ordenar o desenvolvimento urbano e adequar os serviços públicos a essa nova realidade econômica, em que o número da população quase dobrou, refletindo no entravamento de serviços como o atendimento bancário.
Márcia diz que as perspectivas apontam para um crescimento mais ordenado, por isso defende a participação da população na revisão do Plano Diretor. Seu plano de governo prevê, por exemplo, 100% de asfalto (hoje a taxa é de 62%) em projeto casado, que inclui também as obras de drenagem e de redes de água e esgoto. No caso do esgoto, lembra que Florianópolis(SC) e Campos do Jordão (SP), cidades turísticas de alto poder aquisitivo não dispõem de mais de 40% de esgoto tratado e a meta de Três Lagoas é de 95%.
O mercado de locação inflacionado é outro problema, segundo Márcia, que tem seu aspecto negativo, mas também o lado positivo, pela valorização imobiliária. A seu ver, no entanto, o maior desafio de eventual segunda administração será a saúde pública, em razão da falta de médicos. Ela vê perspectiva de melhora com a implantação da Faculdade de Ciências Médicas e construção do Hospital Universitário.
A CANDIDATA
Márcia Moura, 52, casada, natural de Três Lagoas, graduada em Letras é professora Universitária e eleita vice-prefeita de SimoneTebet em 2008 e exerce mandato de prefeita desde 30 de abrilde 2010.