O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou há pouco que os passos necessários para a solução da crise em Honduras são a saída do presidente de facto, Roberto Micheletti e a concessão de um salvo-conduto para que o presidente afastado Manuel Zelaya possa deixar o País. Marco Aurélio afirmou que essa posição é comum entre o Brasil e os Estados Unidos, manifestada na conversa encerrada há pouco com o subsecretário de Estado para O Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, que está em Brasília.
Marco Aurélio disse que há grande coincidência entre Brasil e os Estados Unidos na posição de que o presidente de Honduras é Manuel Zelaya e de que a eleição ocorrida no último 29 de novembro não é suficiente para recomposição da democracia no País. Marco Aurélio, entretanto, frisou que há uma pequena diferença nas posições do Brasil e Estados Unidos e que será criado um mecanismo de consultas para se alcançar um consenso.
Questionado se a relação Brasil-Estados Unidos poderia melhorar a partir desta reunião de hoje, Marco Aurélio insistiu que elas nunca estiveram mal e que ambos os países concordam em manter uma apreciação diferente sobre determinados pontos.
Recentemente, o próprio Marco Aurélio declarou-se "decepcionado" com a atuação do governo americano. Ele não quis comentar a aproximação entre o governo brasileiro e o Irã. Apenas mencionou que a intenção é fazer com que Teerã desempenhe um papel positivo na solução de questões do Oriente Médio e que se submeta às normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Uma das razões da visita de Valenzuela ao Brasil foi a de reiterar a preocupação, já manifestada pela secretária de Estado, Hilary Clinton, com o "flerte" do Brasil com o Irã.