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Brasil e Rússia pretendem alcançar intercâmbio comercial de US$10 bilhões

O acordo que prevê o aumento das trocas comerciais foi assinado pelos presidentes Vladimir Putin e Dilma Rousseff

Vice-presidente Michel Temer, durante encontro com o vice-primeiro ministro da Federação da Russia para Assuntos Econômicos e Comerciais, Arkady Dvorkovich - Divulgação
Vice-presidente Michel Temer, durante encontro com o vice-primeiro ministro da Federação da Russia para Assuntos Econômicos e Comerciais, Arkady Dvorkovich - Divulgação

O vice-presidente Michel Temer afirmou hoje (15) que o intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia deve alcançar, em breve, o patamar de US$ 10 bilhões anuais, apesar de os dois países estarem passando atualmente por “uma certa dificuldade de natureza econômica”. O acordo que prevê o aumento das trocas comerciais foi assinado pelos presidentes Vladimir Putin e Dilma Rousseff, em Brasília, em julho do ano passado.

“Queremos incrementar cada vez mais o comércio, ampliando o mercado de carne e de outros produtos brasileiros”, disse Temer no encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Rússia, em Moscou, onde está em viagem oficial.

Vice primeiro-ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich afirmou que seu país também quer ampliar a cooperação e o comércio nas áreas em que os russos têm maior competitividade, entre elas as de petróleo, gás e energia nuclear. “Mas temos o que aprender com o Brasil nas tecnologias agrícolas”, ressaltou.

Mais cedo, Temer reuniu-se com a presidente do Conselho da Federação da Rússia (Câmara Alta do Parlamento russo), Valentina Matvienko. Ela destacou que a corrente de comércio entre Brasil e Rússia, em torno de US$ 6,6 bilhões anuais, não corresponde ao potencial existente.

“Em 2015, houve uma desaceleração no comércio, mas estamos nos esforçando para voltar a aumentar as trocas comerciais. O Brasil é o maior fornecedor de alimentos e produtos agrícolas para o mercado russo. Queremos diversificar a pauta exportadora com produtos de maior valor agregado nas áreas de energia, biotecnologia e cooperação técnico-militar”, acrescentou Valentina.

Ela também fez um apelo para que o Congresso brasileiro acelere a ratificação de tratados assinados entre os dois países, como o acordo assinado em 2004 para evitar a bitributação. “Essa convenção é importante para a área de negócios e investimentos.”

Valentina Matvienko informou que o país tem interesse em aderir ao Programa Ciência sem Fronteiras e está preparado para receber até mil estudantes brasileiros por ano em universidades em Moscou e São Petersburgo.

Amanhã (16), Temer encerra a visita oficial à Rússia presidindo a 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia, ao lado do primeiro-ministro Dmitri Medvedev. O encontro termina com assinatura de ato, seguida de declaração à imprensa.

Criada em 1997, a comissão é a mais alta instância de negociação entre os dois países. Nessa reunião, deverão ser tratados temas de cooperação econômico-comercial, energia, defesa, agropecuária, ciência e tecnologia e espacial.

Em seguida, Temer embarca para Varsóvia, na Polônia, onde se reunirá na quinta-feira (17), último dia da viagem, com o presidente polonês, Andrzej Duda, e com a primeira-ministra, Ewa Kopacz. O vice-presidente do Brasil também participará do Foro Empresarial Brasil-Polônia.