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Brasil não se curvará à pressão dos americanos

A divergência está nas críticas dos Estados Unidos ao programa nuclear daquele país

Ministro Celso Amorim reiterou à secretário de Estado americana, Hillary Clinton, que o Brasil tem posições definidas sobre o Irã -
Ministro Celso Amorim reiterou à secretário de Estado americana, Hillary Clinton, que o Brasil tem posições definidas sobre o Irã -

As divergências entre Brasil e Estados Unidos sobre o programa nuclear do Irã provocaram ontem (3) uma dura reação por parte do governo brasileiro.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reiterou que o Brasil tem posições bem definidas, orientadas por sua convicção, e por esta razão “não vai se curvar” às pressões dos Estados Unidos – que defendem sanções contra os iranianos.
A secretária de Estado norte- americana, Hillary Clinton, ouviu a afirmação e acusou os iranianos de mentir sobre planos para a fabricação de armas
nucleares.
“Nós pensamos com a nossa própria cabeça. Nós queremos um mundo sem armas nucleares, certamente sem proliferação”, afirmou Amorim, ao
lado da secretária de Estado.
“Não se trata de se curvar simplesmente a uma opinião que possa não concordar [no caso do grupo liderado pelos Estados Unidos]. Nós não podemos simplesmente ser levados.
Nós temos de pensar com a nossa cabeça.” Amorim reafirmou que o governo brasileiro acredita que há condições de buscar um acordo com o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
“A questão é saber qual o melhor caminho para chegar lá ou se estão esgotadas as possibilidade de negociação. Nós acreditamos que ainda há oportunidade de se chegar a um acordo, talvez exija um pouco de flexibilidade de parte a parte”, disse Celso Amorim.
As afirmações do ministro ocorreram durante entrevista coletiva da qual também participou Hillary. Sem modificar sua expressão facial, a secretária
acusou o governo de Ahmadinejad de mentir sobre informações relativas à produção de armas nucleares. Segundo ela, os iranianos fornecem dados desencontrados em cada lugar que vão, incluindo o Brasil e a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
“O que observamos é que o Irã vai para o Brasil, China e Turquia e conta histórias diferentes para evitar as sanções.
Nós continuaremos a discutir essas questões”, afirmou a secretária.