A Unidade de Atendimento de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas ainda aguarda o credenciamento do serviço por parte do Ministério da Saúde. A habilitação é fundamental para que haja a ampliação dos serviços, assim como o recebimento de recursos do governo federal.
Atualmente, a oncologia é mantida com recursos do governo do Estado, Prefeitura e do próprio hospital. Cerca de 60 pacientes recebem atendimento em quimioterapia, o que inclui a hormonioteparia. O serviço já conta, inclusive, com atendimento cirúrgico completo, realizado pelo cirurgião oncológico Rodrigo Melão Martinho. Entretanto, para oferecer o serviço de radioterapia, a Unidade de Atendimento de Alta Complexidade em Oncologia, assim classificada pelo Ministério da Saúde, depende do credenciamento.
Martinho informou que, a partir do momento em que for implantado o serviço de radioterapia, não haverá necessidade de os pacientes deslocarem-se de Três Lagoas para Campo Grande, Barretos, Jaú e São José do Rio Preto. As viagens, segundo ele, provocam desgastes nos pacientes. Rodrigo Melão Martinho, de família três-lagoense, concluiu a especialização em Barretos e retornou ao município para compor a equipe que presta atendimento nesse setor.
Desde o final de fevereiro, quando começou a atender na unidade, Martinho já realizou 90 procedimentos cirúrgicos, entre eles, os oncológicos. “Em Barretos, via o sofrimento dos pacientes que tinham que se deslocar daqui. Hoje, se o paciente não precisar de radioterapia, não existe esta necessidade. Isso ajuda muito no tratamento”, salientou.
Para receber o credenciamento, o diretor técnico do Hospital Auxiliadora, Evaristo Jurado Filho, disse que o Ministério da Saúde exige também que a oncologia tenha um número básico de profissionais: um oncologista cirúrgico e um clínico. Hoje, o serviço já conta com os dois. A equipe completa é composta por quatro médicos, um enfermeiro, um técnico em enfermagem, um assistente administrativo, além do suporte de uma nutricionista, um psicólogo e uma assistente social.
Evaristo Jurado ressaltou que estava sob a responsabilidade do hospital providenciar toda a documentação necessária para o credenciamento. Isso já foi feito. “O que a gente poderia fazer, está mais do que realizado. Agora, é uma questão de burocracia por parte do governo federal”, comentou.
A diretora administrativa do hospital, Firmina Mendonça, informou que desde o ano passado toda a documentação foi enviada ao ministério. “Estamos com a equipe montada e com o serviço bem estruturado”, frisou. O oncologista clínico, Fábio Veloso Alexandrino, comentou que o credenciamento demora de quatro a seis meses. O médico informou que a intenção do Ministério da Saúde é descentralizar os serviços nos hospitais das capitais, os quais ficam sobrecarregados em razão de atender aos pacientes do interior.
De acordo com Fábio Veloso, o governo do Estado está em fase de aquisição de três equipamentos de radioterapia. Um, segundo ele, deve ser destinado a Três Lagoas. Apesar disso, o serviço só poderá funcionar e receber recursos para essa finalidade, a partir do momento em que for credenciado. O projeto para a sua implantação, conforme o médico, já está pronto. Resta apenas a sua habilitação. “Esse é um serviço que tem um alto custo e depende de recursos do ministério para ampliar o atendimento”, salientou.