A Câmara de Paranaíba deve instalar nas próximas sessões Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a utilização de notas “frias” pela Prefeitura.
A vereadora Maria Eugênia Alves de Assis disse, em entrevista à Rádio Cultura FM 106,3 que requerimento já foi assinado por ela e mais dois vereadores e aguarda somente as providências do presidente da Casa, José Souto Silva (Zé Carioca).
Em ofício enviado à Câmara na segunda-feira, 6, a promotora Juliana Nonato dá prazo de 10 dias para que os vereadores comecem a investigar as denúncias, independentemente do inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual (MPE) e das investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
"A Câmara precisa cumprir com sua obrigação e dever", disse a vereadora, ressalvando que os vereadores não instalaram a CPI antes porque ainda não tinham elementos concretos para embasar o pedido. “Hoje, já temos fatos concretos e o Poder Legislativo deve uma explicação à população”, disse a vereadora.
OPERAÇÃO
Pelo menos 22 pessoas são suspeitas de participação em esquema de fraude em processos de licitação na Prefeitura de Paranaíba, segundo apurou o MPE após a operação Geleira, desencadeada no início de abril pelo Gaeco. São apurados crimes de improbidade administrativa, favorecimento, fraude e desvio de dinheiro público.
As denúncias de irregularidades na Prefeitura são investigadas desde novembro de 2011. As investigações terão prosseguimento para apurar outras denúncias de irregularidades. No caso das notas “frias”, a denúncia partiu de uma organização não governamental prejudicada pelo esquema de fraude em licitações.
Em nota à imprensa, o prefeito José Garcia de Freitas, que não é alvo de investigação, de acordo com o MPE, divulgou nota criticando a operação sob a afirmação de que ela tem conotação eleitoreira. “É claro o propósito de atingir a imagem e a honra do prefeito, às vésperas das eleições gerais”, queixou-se o prefeito, garantindo que tem interesse na apuração dos fatos.