As mulheres pobres brasileiras serão o principal foco da candidata à Presidência da República, lançada oficialmente hoje (10) pelo PV, Marina Silva. O coordenador da pré-campanha de Marina, Alfredo Sirkis chegou a destacar essa fatia da sociedade como “o caminho da vitória”.
“As mulheres pobres brasileiras se identificam com a Marina pelo que ela é. Antes mesmo que ela apresente suas propostas, essas mulheres demonstram que gostam dela”, disse
Sirkis citou pesquisas qualitativas feitas pelo partido durante a pré-campanha que mostraram a grande aceitação de Marina pelas mulheres mais pobres, ao contrário da pré-candidata petista, Dilma Rousseff, que segundo ele enfrenta dificuldades de penetração nesse segmento.
“Em grupos de 15 mulheres que assistiram a vídeos sobre a vida de Marina Silva, de oito a nove se emocionam, choram. Esse é o nosso segmento e representa um eleitorado muito grande no Brasil. É um eleitorado que a candidata petista tem dificuldades de acessar. Marina entra como prego na manteiga nesse segmento”, enfatiza a pesquisa.
No entanto, como reconheceu Sirkis, há pontos a esclarecer na postura de Marina, no que se refere a esse público. Uma questão crucial é a do aborto. Evangélica, da Assembléia de Deus, Marina já se declarou contrária ao aborto e defendeu um plebiscito sobre o assunto, idéia que desagrada militantes da causa feminista. Já o PV, em documento interno, decidiu como política partidária apoio à possibilidade de decisão da mulher abortar, ou não.
Hoje, durante a convenção, o partido aprovou uma resolução para impedir militantes que professem religiões contrárias ao entendimento construído sobre o aborto, integrem a comissão que vai elaborar a política sobre o assunto. A regra também valerá para a análise da união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Também nesse assunto, o partido é a favor e Marina já se declarou contrária. Sirkis explicou que a divergência entre a declaração da candidata e o entendimento do partido é apenas no que diz respeito ao termo usado.
“Temos que mostrar que Marina é a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo. Ela disse ser contra ao casamento gay. Há um problema aí de terminologia apenas. Dizer que é contra o casamento gay não quer dizer que ela é contra a igualdade de direitos entre as pessoas”, disse.