O candidato a vice-prefeito na chapa do PRP (Partido Republicano Progressista), José Marcelino Alves, 47 anos, acha que o modelo de desenvolvimento adotado em Três Lagoas “está equivocado” por privilegiar o setor empresarial sem compensar o morador da cidade, o cidadão que está nos bairros.
José Marcelino, mais conhecido como Zezinho Pequeno, que já foi do PDT e chegou a exercer função de “subprefeito” no distrito de Garcias, a 70 km da sede do município, disse em entrevista ao Jornal do Povo que disputa as eleições junto com Luiz Antônio Martins (Tidico) com a perspectiva se se tornar um “interlocutor” direto do prefeito junto à população dos bairros. “Sou um militante comunitário, gosto de trabalhar nos bairros”, diz, notando que nesse envolvimento com os problemas comunitários, percebe que a industrialização de Três Lagoas tornou o município “fisicamente rico”, mas com pouco reflexo na melhoria das condições financeiras e na qualidade de vida da maioria dos moradores.
Zezinho Pequeno diz que a ideia de ser interlocutor, caso o PRP vença as eleições de 7 de outubro, leva em conta a situação que presenciou em Três Lagoas, de um vice que ao ser perguntado por um morador sobre determinada medida ou ação do Poder Executivo, esquivou-se respondendo que não sabia exatamente o que a Prefeitura estava executando. No PRP existe, segundo ele, afinidade do candidato a prefeito com o candidato a vice, há pelo 25 anos. “Vou ser informado de tudo porque vice é eleito junto e é um desrespeito à população, que votou no candidato e no eventual substituto que não tem respostas aos questionamentos. Sei tudo que o Tidico pensa e pretende fazer”, afirma.
Para o candidato a vice do PRP, há problemas graves em Três Lagoas. Ele cita a saúde pública, embora ressalve que esse não é uma questão local, mas de âmbito nacional. A seu ver, a Prefeitura constrói prédios bonitos de unidades básicas, UPA, creches, centros de assistência social (Crase), mas não oferece quadro de servidores qualificados, tornando os investimentos físicos inócuos, sem resultado prático no atendimento à população. “A verba carimbada para a saúde é muito grande, mas está sendo mal aplicada, pois vejo muito desperdício”, critica, estimando que o orçamento da saúde em Três Lagoas chega a R$ 20 milhões.
Para Zezinho Pequeno, Três Lagoas também sente falta de opções de lazer, incentivo ao esporte amador, principalmente futebol de várzea, mas lembra que o eixo central do plano de governo do PRP busca o desenvolvimento ordenado e plural, sem privilegiar setores. Nesse sentido, acredita que é preciso levantar todo o passivo social e acabar com as demandas reprimidas na saúde, educação, trabalho e serviços públicos em geral. “Três Lagoas precisa usufruir das riquezas que a indústria gera”, opina, destacando que hoje “o morador de Três Lagoas não consegue ir a um banco, a uma casa lotérica…”.
“Sou um candidato a vice que vive os problemas da cidade e tem conhecimento do plano de trabalho do candidato a prefeito. Ao contrário daquele que foi escolhido porque não atrapalha e do outro que entrou para dar credibilidade, mas que estão distantes daquilo que seus colegas de chapa pregam”, diz José Marcelino Alves.