O governador André Puccinelli afirmou, ontem (18) durante entrevista coletiva, que foi o governo do Estado que, no ano passado, determinou, por escrito, que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) iniciasse as investigações para apurar os crimes de estelionato envolvendo a venda de casas populares da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab).
“As investigações estavam correndo de forma sigilosa e todos aqueles que estejam incluídos serão exemplarmente punidos. Não quero acreditar em história de complô, eu acredito que é uma fantasia do mau elemento, que tem uma folha corrida imensa na polícia que, para desviar ou tentar desviar o foco de si, quer incriminar terceiros, agentes políticos e servidores do Estado”, avalia.
De acordo com Puccinelli, o inquérito está sendo conduzido com rigor e, caso as investigações apontem a culpa de algum servidor do Estado, será exemplarmente punido. As investigações, conforme o governador, foram intensificadas este ano, mas começaram antes mesmo da prisão de Ademar Pereira Mariano, indiciado no inquérito da Delegacia Especializada de Defraudações e Repressão a Crimes Fazendários (Dedfaz).
Sobre a participação de políticos no caso, o governador voltou a dizer que as declarações de Ademar são fantasiosas. “Fala em nome de funcionários que não existem, fala de assessores da Sejusp que não são assessores do secretário, mas são funcionários da secretaria como um todo, quer dizer, as incorreções e as contradições acabarão aparecendo. Eu não quero crer que agentes políticos de lado A, lado B, lado C ou D estejam participando disso. Seria surpresa total para mim se houvesse participação de agentes políticos eleitos”, reafirma.
INVESTIGAÇÕES
Segundo o governador, no inquérito, que teve inclusive rupturas de sigilos, estavam sendo apuradas todas as vertentes, que agora estão vindo a público. “As investigações informais começaram em agosto do ano passado e no início deste ano abriu-se o inquérito. Se houver, por exemplo, participação da Polícia, a Corregedoria também está investigando”, ressalta.
Puccinelli lembrou que caso semelhante aconteceu na Empresa Municipal de Habitação (Emha). “É um sujeito malandro, que tira dinheiro de pessoas. Nunca se vendeu casa na Emha, nunca se venderá casa na Agehab. Tem uma série de requisitos a serem preenchidos. Infelizmente, alguns caíram nisso e deram dinheiro para um meliante, que tem uma folha corrida extensa”, finaliza.