A Câmara de Vereadores de Três Lagoas aprovou na sessão desta semana, projeto de lei, de autoria da vereadora Charlene Bortoleto (PDT), que dispõe sobre animais comunitários na cidade. Se o projeto for sancionado pelo Executivo, todos terão direito de alimentar os animais de rua e até dentro dos condomínios.
Apesar de muitos entenderem a relevância do projeto, há reclamações também da falta de limpeza nos locais, onde são disponibilizados comida para esses animais. A vereadora Charlene Bortoleto disse que a colocação de comida para os animais de rua só ocorre com a permissão do proprietário do imóvel. O mesmo foi dito por Gislene Oliveira, da “Empresa Amiga dos Animais de Rua”, que confecciona casinhas e comedouros para estes animais sem abrigo. Gislene disse que, no caso do seu trabalho, as casinhas são vendidas.
Entretanto, outras pessoas que não fazem parte desse projeto, têm colocado comedouros em frente à imóveis que não tem moradores. Em alguns casos, não tem sido feita a limpeza periódica nesses locais, gerando reclamações por conta de fezes e urinas desses animais. Alguns moradores têm questionado ainda que a disponibilização desses comedouros nas ruas pode aumentar o número de animais abandonados.
O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Everton Otoni, disse que isso pode ocorrer se as pessoas que não cuidam soltarem animais nesses locais, como já tem ocorrido. Porém, entende também, que esse é um trabalho importante feito pelas protetoras.
Segundo o coordenador do CCZ, o poder público faz o controle dos animais que têm um tutor e não com os de rua. A castração em gatos e cachorros é feita apenas nos animais que tem tutor. Em relação aos de rua, o coordenador disse que só é feito quando alguém leva até o local, principalmente as ONGs que protegem os animais. “A gente não pode pegar na rua e fazer a castração porque o animal pode ter dono. As voluntárias já tem, geralmente, um histórico desses animais”, disse o coordenador.
O mesmo ocorre em relação a vacinação que não é oferecida aos animais de rua, a não ser que terceiros levem até o local. Otoni disse que o CCZ não sai nas ruas recolhendo e nem aplicando vacina nos animais porque eles não têm carteira de vacinação.
Ainda de acordo com o coordenador, se o CCZ tivesse um local para abrigar os animais de rua haveria aumento no número de gastos com cães abandonados. “Iria virar acúmulos de animais, as pessoas não teriam consciência e iriam deixar reproduzir e depois levar para o canil ou gatil.
Everton disse ainda que os animais castrados estão recebendo microchip, uma maneira de iniciar esse controle dos animais.
De acordo com Gislene de Oliveira, em 77 pontos da cidade que contabilizados por ONG, o seu grupo alimenta aproximadamente, 1.200 gatos. No cemitério, segundo ela, foram contados 100 gatos. “Já sugerimos a prefeitura que precisa ter uma equipe treinada para capturar e esterilizar os animais, pois hoje somente é feito por nós protetores independentes, fica difícil. O Castramóvel fica parado e não captura animais de rua. Só nós fazendo esse trabalho impossível diminuir a população felina da cidade”, disse Gislene.
O coordenador do CCZ destacou que projetos voltados aos animais podem ser apresentados à Secretaria Municipal de Saúde para serem analisados, e quem sabe implantados