Os Estados Unidos permitem o tráfico de drogas para evitar que milhões de consumidores norte-americanos enlouqueçam, já que o nível de viciados é tal que até na Casa Branca se consome cocaína, acusou na terça-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Washington critica a Venezuela por afirmar que o país não faz o bastante para combater o narcotráfico desde que o governo de Caracas suspendeu em 2005 um acordo de cooperação com a DEA (agência antinarcóticos norte-americana), acusando seus agentes de espionagem.
Para Chávez, no entanto, a causa do problema está na alta demanda do Norte e não nos países produtores. Ele garante que em sua gestão aumentaram a apreensão de carregamentos e detenção dos chefes da droga.
"Há pouco tempo saiu um relatório… indicando que mais de 90 por cento das cédulas que circulam nos Estados Unidos contêm traços de cocaína e, em Washington, 95 por cento. Até na Casa Branca consomem cocaína!", afirmou em uma reunião ministerial transmitida pela televisão estatal.
"Se isso for cortado, (os norte-americanos) ficarão loucos, essa sociedade vai explodir. Eles enxergam a droga como uma necessidade, um consumo necessário para manter as pessoas normais, uma conduta aparentemente normal", acrescentou.
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Massachusetts mostrou em agosto que entre 85 e 90 por cento das cédulas nos EUA e no Canadá tinham traços de cocaína, 20 por cento a mais do que um teste similar feito em 2007.
Chávez voltou a criticar o acordo entre Bogotá e Washington para aumentar a cooperação militar no combate ao narcotráfico e às guerrilhas de esquerda, acusando as tropas norte-americanas de favorecer e canalizar o trânsito de entorpecentes.
"Está demonstrado que 80 por cento da droga na Colômbia saiu de lá pelo Pacífico e aí estão os porta-aviões ianques… O que os ianques fazem é propiciar o narcotráfico e cuidar dele", disse.
"Essa é a verdade verdadeira."