O governo venezuelano anunciou ontem à noite uma série de medidas, detalhadas hoje, para reduzir o consumo de eletricidade no país, que enfrenta apagões frequentes. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, nomeou um novo ministro de Energia Elétrica, Angel Rodríguez, que vai aplicar as políticas para reduzir em 20% o consumo de eletricidade e cobrará impostos extras para o alto consumo na indústria, no comércio e nas residências particulares. O presidente, em discurso numa reunião com ministros, transmitido pela televisão estatal e já reproduzido na internet, também recomendou aos venezuelanos que usem uma lanterna e evitem acender a luz, quando acordarem à noite para ir ao banheiro.
Chávez, além disso, exortou os proprietários das grandes empresas e centros comerciais a que gerem "100% da sua própria energia". Chávez nomeou o grupo de Empresas Polar, maior produtora de alimentos da Venezuela. "Temos que entrar em todas as fábricas, estatais e particulares" para assegurar o uso racional da eletricidade, disse Chávez durante uma reunião com ministros no palácio de governo, transmitida pela televisão estatal.
Nas últimas semanas, Chávez instou várias vezes os venezuelanos a que reduzam o consumo de eletricidade, ao advertir que o abastecimento foi afetado pela seca na bacia do rio Caroní, uns 550 quilômetros ao sudeste de Caracas, onde se localizam as principais hidrelétricas da Venezuela, que geram mais de 75% da energia consumida no país.
Os blecautes diários têm se acentuado na capital Caracas e em outras regiões do país. Nos últimos dois anos, aconteceram cinco grandes apagões na maioria das grandes cidades. As autoridades afirmam que muitos desses apagões ocorreram pelo excesso da demanda. De acordo com dados do governo, a geração de energia elétrica é deficitária. Apenas "no eixo da costa norte e no ocidente do país, existe uma demanda de 14.300 megawatts" dos quais só "4.900 megawatts" são gerados por usinas termelétricas. O restante vem das centrais hidrelétricas.