Cinco ministros do governo federal têm empresas de consultoria que continuam ativas em pleno exercício do cargo. Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Comércio e Indústria), José Eduardo Martins Cardozo (Justiça), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), Leônidas Cristino (Portos) e Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) mantém o ramo de atividade das empresas, mesmo enquanto ocupam cargos no governo, segundo reportagem desta quarta-feira (18) do jornal "O Estado de S.Paulo."
Os ministros confirmam ao jornal a sociedade em empresas de consultoria, mas negam conflitos de interesse ou atuação paralela ao exercício do cargo.
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, teve um aumento de patrimônio de 20 vezes entre 2006 e 2010, quando ele era deputado federal, eleito pelo PT de São Paulo, apontou reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" de domingo (15).
Enquanto o ministro Antonio Palocci mudou o ramo de atividade de sua antiga empresa de consultoria, a Projeto, atendendo à recomendação da Comissão de Ética da Presidência, os colegas de Esplanada não fizeram o mesmo, de acordo com o jornal.
A reportagem informou que dados da Receita Federal mostram que as empresas em nome desses cinco ministros estão com o registro "ativo" para atividades de consultoria.
Em declaração à imprensa na segunda-feira (16), o presidente da Comissão de Ética, Sepúlveda Pertence, afirmou que recomendou a Palocci que alterasse o objeto social de sua empresa do ramo de consultoria para o de administração imobiliária.
Na avaliação de Pertence, a descrição "consultoria" era ampla demais e abriria possibilidade de conflito de interesse com um cargo de ministro de Estado – no caso do ministro Palocci, especialmente pelo fato de ele ser chefe da Casa Civil, espécie de núcleo central por onde transitam todas as ações estratégicas do governo.
Procurado pela reportagem na terça-feira (17) por intermédio de sua assessoria de imprensa, Pertence não quis se manifestar sobre os casos dos outros cinco ministros. Mas o entendimento básico da Comissão de Ética é que as autoridades devem evitar conflitos de interesses reais ou aparentes. Por isso, recomenda que os ministros não tenham empresas de consultoria.