Em mais um encontro, o trio de presidenciáveis José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) vai debater nesta terça-feira propostas para o período de 2011-2014. Desta vez, os pré-candidatos abordarão questões do setor de indústrias, durante evento promovido pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias), em Brasília. O debate será feito entre os pré-candidatos e os empresários.
As propostas a serem discutidas fazem parte do documento A Indústria e o Brasil – Uma Agenda para Crescer Mais e Melhor. A CNI entregará as páginas aos pré-candidatos durante o evento. Esta não é a primeira vez em que postulantes ao Palácio do Planalto se encontram com o empresariado na CNI. A entidade já promoveu evento semelhante durante a eleição de2002.
Para conduzir cada tema, a organização do evento convidou um empresário. Segundo a assessoria da entidade, estão confirmados os empresários Horário Lafer Piva, ex-presidente da Fiedp ( Estado e Economia); André Gerdau Johannpeter, diretor-presidente do Comitê Executivo do Grupo Gerdau (Indústria e Competitividade); Robson Andrade, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e sucessor de Monteiro Neto na presidência da CNI (Agenda das Reformas); Frederico Fleury Curado, presidente da Embraer (Comércio Internacional e Inovação), e Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) ( Infraestrutura e Meio Ambiente).
Este é o terceiro evento do mês em que Dilma, Marina e Serra participam. Na semana passada, Serra, Dilma e Marina foram sabatinados por prefeitos em Brasília por uma hora cada, mas não se enfrentaram. Além de afagar as cerca de 4 mil autoridades presentes, o trio defendeu parceria entre todos os entes federados na execução de políticas e fizeram promessas nas áreas da educação e a saúde.
No começo do mês, eles se encontraram em Minas Gerais. Líderes nas pesquisas, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff polemizaram sobre os repasses de verbas federais para os municípios e a possibilidade de uma reforma tributária profunda. Correndo por fora, Marina ganhou a plateia ao abordar temas espinhosos da vida política brasileira e pontos da agenda municipalista caros às dezenas de prefeitos que formavam a plateia.
Propostas
No documento de mais de 200 páginas, a CNI propõe algumas mudanças para estimular a indústria. Uma delas é reduzir em 10% o custo do transporte. Segundo a entidade, essa medida resultaria num aumento de 30% das exportações para os Estados Unidos.
Para a CNI, os próximos quatro anos serão decisivos para o País. "O País poderá crescer a taxas superiores a 5% ao ano, desde que respeite as lições sobre a importância da estabilidade, priorize a competitividade e avance na modernização das instituições econômicas e políticas", afirma o documento.
No documento, a entidade lembra que nas décadas de 80 e 90 a renda per capita crescia em média 0,5% ao ano. Se esse ritmo fosse mantido, seriam necessários 137 anos para dobrar a renda per capita. Mas a confederação observa que, entre 2004 e 2008, a taxa de crescimento médio aumentou para 3,4% ao ano. Esse índice, se mantido, fará com que a renda dos brasileiros dobre a cada 21 anos, segundo a CNI.
Mas a entidade vai além. Diz no documento que é possível multiplicar por quatro a riqueza dos brasileiros. "Como fazer, num espaço de 30 anos, o salto da atual renda per capita de US$ 10 mil para um Brasil com rendimento médio de US$ 40 mil? A resposta: Sustentar o crescimento da renda per capita em 4,5% ao ano é a chave da questão", conclui.