A senadora Simone Tebet, em entrevista à CBN Campo Grande, mostrou estar determinada a não aceitar indicação para ser vice-presidente de Sérgio Moro ou de João Dória. O plano dela é ser candidata a presidente da República. Se o MDB retirar apoio, ela prefere ser candidata à reeleição de senadora por Mato Grosso do Sul.
Poder pode. Mas não é essa a intenção demonstrada pelo MDB. O partido, embora seja um dos maiores do Brasil, não tem tradição de lançar candidato próprio a presidente da República. É um partido congressual e de aliança. O que não acontece com PT e PSDB. São legendas que sempre estão no embate eleitoral. E o confronto pelo Planalto não faz parte do perfil do MDB. Agora, o plano da nova cúpula emedebista é colocar o partido em uma das trincheiras dessa batalha eleitoral. Simone recebeu a missão de assumir a linha de frente nessa batalha eleitoral pelo comando de nação. Por essa razão, não dá para sentir, por enquanto, se o MDB está usando a pré-candidatura de Simone Tebet de trampolim para negociar a vaga de vice em uma aliança partidária mais competitiva para derrotar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até agora, o MDB já mostrou ser pra valer a indicação de Simone mesmo que não decole nas pesquisas até abril. A expectativa é dela crescer já no decorrer da pré-campanha se tornando mais conhecida no Brasil. Ontem, ela disse a CBN estar amarrando os cardaços do tênis para percorrer o País a partir de fevereiro.
Então, o MDB dará toda estrutura para Simone ganhar visibilidade eleitoral. Mas como política é dinâmica até demais, tudo que está sendo tratado hoje, pode mudar até abril ou mesmo nas vésperas das convenções partidárias, em julho.
Simone é a única mulher indicada para concorrer à Presidência da República. Ela pode representar mais de 50% do eleitorado feminino na corrida presidencial. Mas não é só o fato de ser mulher, Simone já mostrou, também, a sua competência e o conhecimento dos problemas nacionais. Ela sabe o que precisa ser feita de reformas para recuperar a economia nacional, reduzir a miséria e a fome de milhões de brasileiros.
A campanha eleitoral deste ano será diferente das eleições de 2018 quando o combate a corrupção, por causa da repercussão da Lava Jato, foi o centro dos debates. O PT foi marginalizado. Só que agora, devido a pandemia, a alta do desemprego, o aumento da miséria e da fome, a pauta será maior investimentos na área social e estímulo ao desenvolvimento econômico do País. Os políticos, principalmente, os rivais de Bolsonaro querem vacina contra a Covid-19 para a população.
Sem a recuperação da economia, não gera emprego e renda. Então, os candidatos a presidente terão o desafio de apresentar ao eleitor as medidas eficazes para tirar o País dessa grave crise econômica.
O curioso é que todos os presidenciáveis estão com mesmo discurso. A diferença está em alguns pontos das medidas que pretendem implementar em caso da eleição. E todos têm a mesma posição contra o negacionismo de Bolsonaro.
Ela disse ontem à CBN que vice está fora de cogitação. Então, prefere concorrer ao Senado por Mato Grosso do Sul. Mas isso tem efeito muito grande nas negociações políticas do ex-governador André Puccinelli. Ele precisa dessa vaga de senador para fechar aliança com outro partido.
Com essa incerteza da candidatura de Simone, deixa André amarrado. Ele não pode oferecer a vaga de senador para nenhum partido enquanto o MDB não bater o martelo em favor da candidatura de Simone. André vai precisar seduzir os partidos com a vaga de vice-governador.