União de movimentos sociais, o 27º “Grito dos Excluídos” ocorreu na tarde desta terça-feira (7), em Campo Grande. O movimento contra o presidente Jair Bolsonaro reuniu, segundo a organização, mais de mil pessoas na Praça Ary Coelho. Já segundo a Polícia Militar, foram 350 manifestantes.
De forma pacífica, o ato foi marcado pela organização, uso de máscaras e distribuição de álcool para quem esteve no local. A articulação se deu pela Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), e reuniu representantes de sindicatos, indígenas, Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra e outras minorias, que reivindicaram pautas democráticas.
“A classe mais pobre do Brasil está dando um grito de socorro, porque nós somos 15 milhões de desempregados, porque o salário hoje não consegue comprar cesta básica. Isso é culpa de uma política econômica federal. Outro grande grito, é que todos aqui são a favor da democracia e contra o golpe”, explicou o presidente da Fetems, Jaime Teixeira.
Para a vereadora da Capital, Camila Jara (PT), o movimento tem importância na tradicional luta a favor de direitos sociais. “Não faria sentido, nesse 7 de setembro, nós ficarmos de fora, porque nós temos 19 milhões de pessoas passando fome, um gás à R$ 100, e poder de compra da população cada vez mais diminuindo”, disse.
Outra bandeira do ato foi a demarcação de terras indígenas. Da comunidade indígena Marçal de Souza, Jean Antonio, foi um dos representantes da causa no local. “A nossa vinda nesse protesto é contra o marco temporal, a PL 490 e a demarcação das nossas terras, porque o Brasil é terra indígena e entre outras coisas, somos contra o genocídio também”.
A reunião contou com manifestações culturais, com representações artísticas e diversidade. Com a bandeira LGBTQIA+ nas
costas, a drag queen e produtora cultural Maryju Silva, destacou a relevância da pluralidade em movimentos sociais e na política. “A diversidade é importante em todos os momentos. A gente tende a achar que ser humano é um, mas são vários e quanto mais abraçarmos essa diversidade, melhor para todos, com certeza”.
Por volta de 16h30, os manifestantes seguiram com uma marcha pela rua 14 de Julho e finalizaram o protesto na praça.