Encerrando a série de reportagens especiais sobre os desafios do próximo prefeito de Três Lagoas, o Jornal do Povo aborda, nesta edição, as áreas de cultura, esporte e lazer. Investimentos nesses setores geralmente são os menores em administrações públicas por não serem considerados como prioridades.
Para a atual diretora do Departamento de Cultura, Vickie Vituri Garcia, o maior desafio do próximo prefeito na área da cultura é reservar investimentos. De acordo com a diretora, a “base” da cultura local, com a formação de plateia, já existe e está bem alicerçada. No entanto, muitas ações deixaram de ocorrer, segundo Vickie, por falta de recursos.
A diretora disse que muitos investimentos foram realizados na área cultural antes da crise afetar todo o país. “Podemos dizer que 2013 e 2014 foram o ápice da cultura em Três Lagoas. Oferecíamos 42 cursos que, tinham mais de dois mil alunos, fora os eventos sazonais. A cidade chegou a ser referência nesta área no Estado. Mas, em época de crise, a prioridade é saúde e educação, e ninguém questiona isso, porque são áreas emergências, diferente dos eventos culturais que podem ser postergados”, justificou a diretora.
Vickie, no entanto, entende que, poderia ser previsto e respeitado um orçamento no início do ano para a cultura. “Todo ano passa pela Câmara uma verba que deveria ser destinada a esta área, mas existem outras prioridades, como saúde e educação. Para esse ano, por exemplo, planejamos várias ações, mas devido à crise e falta de recursos, não conseguimos realizar.
Então, acho que o desafio do próximo prefeito é o de garantir um montante que seja destinado e assegurado para o departamento, secretaria, ou fundação de cultura, seja lá, o que o próximo prefeito pretende instituir”, destacou.
Vickie afirma que a cultura é importante para todas as camadas da sociedade e não considera que seja um setor elitista. “Desenvolvemos projetos em toda à cidade, inclusive, nos presídios, no Lar dos Idosos e casas de recuperação, por exemplo. Entendo que, a próxima administração precisa fazer um trabalho de conscientização, principalmente na classe mais abastada, que é o de valorizar o que tem em Três Lagoas. Cito como exemplo, a exposição de telas dos haitianos, que tem um trabalho lindo, além da questão social e, observamos que, o público presente foi de pessoas que já está acostumado em apoiar a arte e cultura. A maioria da classe alta prefere ir a uma bienal, em São Paulo, por exemplo. Acho que falta uma valorização da cultura local, principalmente pelas pessoas da classe A”, observou.