O debate promovido pela Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), ontem (31), entre os candidatos ao governo do Estado não foi apenas o primeiro desta eleição. Foi um encontro histórico entre dois rivais políticos que, em 1996, quando disputaram a prefeitura de Campo Grande, surgiram como renovação e hoje são considerados caciques na política estadual.
Desde aquela eleição, uma das mais disputadas do Estado, Puccinelli e Zeca nunca se enfrentaram diretamente. Por isso, o debate representou o primeiro confronto verbal entre Zeca e Puccinelli, após 14 anos. Embora nem de longe tenha lembrado os tensos debates de outrora, o encontro reacendeu, pela primeira vez nessa campanha, a rivalidade entre os dois.
O governador falou dos projetos futuros, entre eles, o de estender a todos os professores, o piso nacional da categoria, fala que levantou aplausos do público. “Já conquistamos a antecipação do salário do décimo para o quinto dia útil. Em 2006, MS tinha o sexto melhor salário no País. No ranking atualizado, o salário dos professores é o terceiro”, afirmou André.
Ao final, Puccinelli, que lidera as pesquisas, disse que contrapôs os argumentos de Zeca “mostrando números”. Para ele, o petista apenas discursou. “O que o Zeca fez foi poesia”. O governador disse que o foco do debate foi a comparação entre as formas de governar.
Zeca, por sua vez, se considerou vitorioso. Após ter chamado o governador diversas vezes de “computador”, por se ater aos números, disse ter demonstrando que André mentiu, como, por exemplo, em relação aos salários dos servidores que estavam atrasados quando assumiu. “Não pagou porque não quis, tinha dinheiro em caixa. Estou convencido, pela manifestação da platéia, que saí com resultado positivo”, afirmou.