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Decreto do governo quer ajudar as cidades a melhorar isolamento social

Programa estadual vai analisar evolução da pandemia por regiões e por municipios para orientar prevenção

Para garantir melhor controle das ações de combate à pandemia pelo Estado e pelos municípios, o governo baixou na sexta-feira (26) decreto criando o Programa de Saúde e Segurança da Economia e um comitê gestor que vai conduzir os trabalhos a partir de agora, presidido pelo secretário de governo, Eduardo Riedel. O principal objetivo é estabelecer indicadores de avaliação de risco para a população, por regiões e por cidades, considerando fatores como aumento dos casos de Covid-19, capacidade de atendimento do sistema de saúde, nível de isolamento social entre outros indicadores.

O comitê, a partir de agora, vai expedir recomendações aos prefeitos, com base em levantamentos técnicos e modelos matemáticos, visando evitar um colapso no sistema de atendimento. Foi o próprio governador quem alertou, ainda na quinta-feira que o combate à pandemia não pode ser politizado e que nem mesmo a campanha eleitoral deve impedir prefeitos de tomarem as medidas que venham ser apontadas como necessárias. O programa foi criado diante da iminência de um crescimento do número de casos da Covid-19 depois da flexibilização das normas de isolamento e quarentena que foram adotadas pela maioria dos municípios.
a campanha 

A proximidade da campanha eleitoral é o principal fator que está a dificultar a adoção de medidas que aumentem os índices de isolamento social. Depois das primeiras semanas de restrições, os municípios  iniciaram um processo de flexibilização usando como principal argumento o baixo índice de contaminação. Com poucos casos confirmados, não haveria necessidade de manter atividades econômicas suspensas. 

Mas durante os últimos 30 dias os níveis de isolamento caíram da casa de 60% paa cerca de 35% considerando o conjunto das cidades. Ao mesmo tempo o número de casos da Covid-19 aumentou e vários focos surgiram, como os de Nioaque e Dourados, que se tornou o epicentro da pandemia no Estado. Essa realidade, contudo, não provocou reação contrário. Pressionados pelos diferentes segmentos da sociedade e próximos da campanha eleitoral, os prefeitos seguem liberando cada vez mais as atividades e, quando são levados a reagir, tomam medidas de pouco efeito, como  antecipar em duas horas o toque de recolher. 

Em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad, por exemplo, candidato a reeleição, tem se movido levando em conta a campanha que se aproxima. Fechou o Terminal Rodoviário, para reabri-lo alguns dias depois, reduziu o toque de recolher mas só atua contra as concentrações e festas quando as denuncias chegam às redes sociais e já liberou até a prova de roupa nas lojas do comercio, falando sempre abertamente contra medidas mais drásticas, apesar do aumento do número de casos da Covid-19 e do nível de isolamento social ser cada vez menor.