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Defesa manifesta “inconformismo” com prisão de Delcídio

Senador foi o primeiro da história a ser detido em exercício

Senador é acusado de oferecer salário à Nestor Cerveró para que não fizesse acordo de delação premiada
Senador é acusado de oferecer salário à Nestor Cerveró para que não fizesse acordo de delação premiada

A defesa do senador Delcídio do Amaral publicou nota na página do parlamentar manifestando “inconformismo” em relação à decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a nota, a defesa tem convicção de que o entendimento inicial será revisto.

Delcídio do Amaral, senador pelo Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso do Sul, foi detido na manhã desta quarta-feira, acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. O parlamentar, segundo o ministro Teori Zawasck, do STF, teria oferecido “salário” de R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para que não fizesse acordo de delação premiada. A prisão foi autorizada após o STF receber o relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Na nota, a defesa do parlamentar questiona o fato de que as imputações tenham partido de um delator já condenado, “que já muito tempo vem tentando obter favores legais com o oferecimento de informações”, completou. Além disso, a nota questiona também o fato de, segundo a defesa, denúncia formal contra ele. “A Constituição Federal não autoriza prisão processual de detentor de mandato parlamentar e há de ser respeitada como esteio do Estado Democrático de Direito”.

A nota é assinada pelo advogado Maurício Silva Leite e foi postada na página oficial do senador na rede social Facebook.

Pela manhã, foram realizadas buscas e apreensões no gabinete do senador, em salas do Congresso, com a autorização do Supremo Tribunal Federal. Além de Delcídio, também foram detidos o advogado, Édson Ribeiro, e o banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual.