A defesa da vereadora licenciada Marisa Andrade Rocha (PSB), atual secretária de Esportes da Prefeitura de Três Lagoas, entrou ontem com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Estado para que a parlamentar possa responder em liberdade pelo crime de que é acusada. Marisa está presa desde quarta-feira (6) no presídio feminino de Três Lagoas, apontada como chefe de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas.
“Temos que a prisão da minha cliente, fora infortúnio. Ela foi pega num turbilhão de situações em que a única motivação dela, era de ajudar os outros (sic)”, diz nota encaminhada ao Jornal do Povo pelo advogado e filho da vereadora, Juliano Rocha de Moraes.
A prisão de Marisa é decorrente de investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante Operação Themis 2, realizada em janeiro deste ano, com escutas telefônicas, depoimentos e apreensão de provas, inclusive celulares e computadores. A operação encontra-se em fase conclusiva, segundo o Gaeco.
As investigações começaram com um pedido de apoio da Promotoria de Justiça para esclarecer um possível crime de coação contra a promotora de Justiça, Ana Cristina Carneiro Dias. Tudo começou com uma decisão da Justiça que recolheu os filhos Maika Luzia Gomes Romão de Almeida, de 22 anos, por suposto abandono e maus-tratos às crianças, no começo de 2018.
Em maio do ano passado, ela foi presa, a pedido do Ministério Público e, a partir de informação dada pela mãe sobre um suposto envolvimento dela e de "pessoas de elevada periculosidade", que estariam planejando um atentado contra a promotora, autora da ação que ocasionou na retirada da guarda dos filhos.
Após repercussão, a mãe de Maika, Selma Gomes, de 52 anos, voltou atrás e admitiu que as informações eram falsas. Maika só saiu da cadeia em agosto de 2018.
Em mensagens eletrônicas e escutas, o Gaeco teria encontrado relações entre essas pessoas, não apenas sobre o caso de Maika, mas também a respeito de tráfico. Em janeiro deste ano, o advogado de Maika negou que ela fizesse parte de organização criminosa ou envolvimento com drogas. “Marisa se sensibilizou com sua situação e tentou intervir para que ela pudesse reaver o filho que perdeu a guarda”, diz a defesa da vereadora.
PRIMA
Em relação à prima da vereadora, Tatiana Barroso Ferreira de Souza Amede, de 39 anos, presa em janeiro deste ano durante a operação, a defesa de Marisa diz que ela solicitou auxílio da família, para lhe fornecer suporte jurídico. Tatiane estava em liberdade desde 30 de outubro do ano passado, após ser flagrada “trabalhando como batedora” de um veículo que transportava 231,95 quilos de maconha em uma rodovia na região de Ponta Porã.
Além dela, o policial militar José Cláudio Lisboa também foi preso após investigadores do Gaeco encontrarem dois tabletes de maconha escondidos em seu armário no Batalhão da PM, na cidade. Além de Três Lagoas, outras prisões também ocorrem em Campo Grande e Ponta Porã.
“Em relação a operação não foram encontrados nenhuma evidencia cabal que poderia ligar Marisa Rocha a execução de qualquer atividade delituosa, e seu único vinculo as situações retratadas, foi com o intuito de ajudar, o que ela sempre fez ao longo de sua carreira como vereadora”, acrescenta a defesa.