Depois de enfrentar uma das maiores crises de sua história, com a perda de correligionários para o recém-criado PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, a direção do DEM pretende recuperar espaço nas eleições municipais de 2012 e se fortalecer para a disputa de 2014, incluindo até a hipótese de um voo solo para a sucessão presidencial. Apenas em 2011, o DEM perdeu 17 deputados federais de um total de 43, um senador de um total de seis parlamentares e um governador de um total de dois, além de prefeitos, vereadores e deputados estaduais, a maioria para o PSD. Em entrevista à Agência Estado, o senador José Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, diz que a perda de quadros foi numérica e não de essência, e que o apoio do DEM a um candidato tucano na sucessão presidencial "não é compulsório".
"Um partido com a história do DEM não pode perder de vista a perspectiva de participar de eleições presidenciais", defendeu. "A nossa interlocução preferencial é com o PSDB, mas não é compulsória", acrescentou. O dirigente do DEM não poupou críticas ao PSDB que, em sua opinião, "está precisando se reencontrar". "Não acho que o PSDB esteja sem rumo, mas ele está precisando se reencontrar", avaliou, dando como exemplo as campanhas eleitorais, quando a sigla, segundo ele, permitiu que transformassem o processo de privatizações, levado a cabo na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em "uma coisa demonizada". "Em um dado momento, o PSDB intimidou-se da necessidade de defender a modernidade frente à caridade defendida pelo PT. Esse foi um erro cometido."